“Queremos dizer que é inaceitável que o Equador interrompa o processo judicial sueco”, disse nesta quinta-feira (16/08) o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores sueco, Anders Jorle, momentos após o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, anunciar o asilo político ao jornalista Julian Assange. A Suécia convocou o embaixador do Equador em Estocolmo para uma reunião sobre o asilo dado a Assange.
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A reação sueca vem de encontro à britânica. Pouco após o anúncio equatoriano, o Reino Unido se disse “desapontado” com a decisão e afirmou que pretende levar adiante a decisão de extraditar Assange. Londres disse que não irá conceder um salvo-conduto para que o criador do Wikileaks saia da embaixada equatoriana.
O caso
Assange, que lançou o Wikileaks em 2010, é procurado pela Justiça da Suécia para responder por um suposto crime sexual. Ele ainda não foi acusado ou indiciado. No Reino Unido, ele travou uma longa batalha jurídica contra sua extradição para o país escandinavo, que se recusava a interrogá-lo em solo britânico. No entanto, a Suprema Corte do Reino Unido decidiu que ele deveria ser extraditado. Há sete semanas, o jornalista buscou asilo na Embaixada do Equador em Londres, em uma jogada classificada como “tenaz” pela imprensa local.
Assange teme que, após ser preso na Suécia, os Estados Unidos peçam sua extradição, onde poderá ser julgado por crimes como espionagem e roubo de arquivos secretos. O Wikileaks obteve acesso e divulgou centenas de milhares de arquivos diplomáticos norte-americanos, muitos deles confidenciais.