O ex-arcebispo da capital paraguaia Dom Ismael Rolón, reconhecido defensor dos direitos humanos durante a ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989), que faleceu na última terça-feira (8/6), foi sepultado ontem na Catedral Metropolitana de Assunção. Centenas de pessoas, autoridades do país e membros da hierarquia da Igreja Católica estiveram presentes na cerimônia.
O presidente Fernando Lugo (ex-bispo católico) declarou, ao comparecer ao velório realizado ontem, que Rolón foi “um homem da igreja dentro do coração da cidadania, um homem que amava a pátria e serviu ao país”.
“Desejamos que seu testemunho siga iluminando a cidadania e os homens da Igreja, sobretudo pelo compromisso que teve com a defesa da vida”, completou o mandatário.
Também um comunicado emitido pela presidência exaltou a figura de Rolón afirmando que “muitos adjetivos podem ser dados a este senhor que nos deixa, mas poucos como ele merecem ser destacados por sua coragem cívica para resistir e lutar contra a ditadura com sua palavra e sua ação”.
O religioso de 96 anos faleceu em decorrência de uma série de complicações, incluindo broncopneumonia, insuficiência cardíaca e respiratória e desnutrição. No último dia 17 de maio, ele havia sido transferido a uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de um hospital de Assunção.
Em todo o Paraguai, manifestações homenageavam o religioso, lembrado como um ícone da luta pela defesa dos direitos humanos durante a ditadura de Alfredo Stroessner, que governou o país por 35 anos. Calcula-se que, naquele período, pelo menos 15 mil pessoas foram assassinadas.
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