Milhares de marroquinos participaram de uma manifestação pacífica neste domingo (24/4) para pedir mudanças políticas e sociais e exigir a libertação de presos políticos, apesar de o rei Mohammed VI ter anunciado uma reforma constitucional e conceder na semana passada medidas de graça a 190 réus.
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“Não aos centros de detenção secretos” estava escrito em um dos cartazes exibidos no protesto que reuniu cerca de cinco mil pessoas.
À concentração deste domingo (24/4) se somaram Mohammed Meruani e Mustafa Moatasim, líderes de dois pequenos partidos políticos islamitas. Os dois dirigentes fazem parte do grupo de presos políticos que saíram às ruas na semana passada após receber o indulto do monarca.
“Há pessoas inocentes que continuam nas prisões. E os direitos humanos?” gritavam os manifestantes no bairro popular de Yakub al-Mansur, em Rabat. Os manifestantes também bradavam palavras de ordem coreadas pelo Movimento 20 de Fevereiro, organizador de todos os protestos realizados neste domingo no Marrocos.
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O Movimento 20 de Fevereiro, que surgiu da iniciativa de jovens pela rede social Facebook, já protagonizou mobilizações maciças nas cidades marroquinas nos dias 20 de fevereiro e 20 de março para reivindicar reformas políticas, econômicas e sociais no país.
“Manifestem pela dignidade, pelos direitos, por todos os direitos, pela mudança. Manifestem contra a marginalização, a exclusão, contra os ladrões” clamavam os presentes em Yakub al-Mansur, onde a mobilização se caracterizou por uma grande presença de islamitas.
“A mudança não pode ocorrer através de uma constituição outorgada. Apoio o Movimento 20 de Fevereiro porque pede o fim da corrupção e do totalitarismo”, disse Sion Asidon, militante de esquerda que esteve preso durante a época de Hassan II.
Nos protestos de Marrakech e Tânger participaram cerca de 10 mil pessoas, enquanto em Sefru e Taza foram 1,5 mil e 3 mil manifestantes, respectivamente.
Por outro lado, na cidade de Al Hoceima saíram às ruas cerca de 2 mil pessoas e em Fez houve uma ocorrência de pelo menos 3 mil, segundo os organizadores.
“Tomamos as ruas hoje porque ainda não responderam às nossas reivindicações. Pedimos uma constituição popular e democrática que represente a vontade do povo e não uma reforma que se faz por uma comissão consultiva designada por uma só pessoa”, afirmou à Agência Efe um membro do Movimento 20 de Fevereiro.
A CCRC (Comissão Consultiva sobre a Reforma Constitucional), designada pessoalmente pelo rei e liderada pelo professor Abdelatif Menuni, está encarregado de redigir as emendas constitucionais e deverá entregar seus trabalhos em junho.
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