Forças oficiais da
Síria entraram em confronto com manifestantes da oposição do
governo de Bashar Al Assad em pelo menos duas regiões do país nesta
segunda-feira (25/04), informaram agências internacionais e o site
de notícias da Al Jazeera.
De acordo com a agência
de notícias AFP, em Deraa, no sul do país, um dos pontos mais
fortes de oposição ao regime, havia três mil homens armados, oito
tanques e dois veículos blindados para tentar conter os protestos. A
agência Reuters afirma que há corpos estirados em uma rua principal
da cidade.
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Outro local onde as forças oficiais reprimiram os
manifestantes, segundo a Reuters, foi no subúrbio de Douma, em
Damasco. Naquela região, as forças teriam atirado em civis
desarmados e prendido moradores.
O governo de Bashar Al Assad
ainda não contestou a informação de que, nesta segunda-feira,
forças oficiais estejam reprimindo violentamente os protestos.
No
entanto, a agência oficial síria, Sana, criticou a cobertura feita
pelo correspondente da Al Jazeera na capital do país. Sem mencionar
quais informações estariam equivocadas, a Sana “denuncia a
desinformação” e “exige desculpas do mesmo ao povo sírio ou o
fechamento de sua redação [da Al Jazeera] em Damasco”.
Mediante as reportagens das agências internacionais, a ONU
(Organização das Nações Unidas) deve realizar uma investigação
internacional sobre as denúncias de disparos feitos por forças de
segurança sírias contra manifestantes em 14 localidades na
sexta-feira (22/04) e no sábado (23/04), segundo a Human Rights
Watch (HRW).
Al Assad assumiu a presidência em 2.000, depois que seu pai, Hafez al Assad, morreu, após 30 anos no poder.
Fronteira
Hoje, a fronteira entre a Jordânia e a Síria ficou por conta dos
distúrbios registrados em território sírio, informaram fontes
oficiais jordanianas à agência Efe. Na cidade de Deraa, que é
próxima da fronteira com a Jordânia, tropas do Exército e da
Polícia foram mobilizadas desde as primeiras horas do dia.
Citado
pela Efe, o porta-voz do governo jordaniano disse à agência oficialPetra que o fechamento “está vinculado com a situação interna
na Síria” e que se “espera que os postos de fronteira
sejam reabertos em breve”.
Histórico
Na última quinta-feira (21/03), Al Assad assinou três decretos para tentar atender parte das demandas dos manifestantes: a abolição da Lei de
Emergência (em vigor desde 1963), a eliminação do Alto Tribunal da
Segurança do Estado e novas normas para as manifestações pacíficas.
A queda do estado de emergência – que autorizava que órgãos de segurança do
país reprimissem a oposição, proibia a aglomeração de mais de cinco
pessoas, prisões arbitrárias e julgamentos a portas fechadas – era uma promessa feita pelo governo desde o início de março, quando os protestos começaram na Síria.
Líderes da oposição, porém, alegam as manifestações devem continuar porque outras exigências
precisam ser atendidas, como a libertação de presos políticos, liberdade
de expressão e a instauração de um sistema multipartidário.
Na sexta-feira (22/04), manifestantes convocaram uma grande jornada de protestos em 40 cidades do país. O governo, de acordo com informação das agências de notícias e da Al Jazeera, reprimiu violentamente as manifestações. Não se sabe precisar exatamente quantas pessoas morreram, mas estima-se que o número esteja entre 80 e 110 mortos, de acordo com oposicionistas.
No dia seguinte, quando as vítimas foram enterradas, as forças oficiais foram acusadas de atirar nos funerais, onde havia pessoas protestando pelas mortes do dia anterior.
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