O México já está em recessão. A informação foi confirmada pelo ministro de Finanças Agustín Carstens, que atribui o fato à crise econômica mundial e ao surto de gripe A(H1N1), que provocou o fechamento temporário do comércio e prejudicou o turismo, a segunda principal fonte de renda do país.
“O México vai enfrentar muitos desafios fiscais no ano que vem”, afirmou Carstens em comunicado divulgado ontem (7). “Nossos gastos terão de ficar mais em linha com essa realidade”.
Apesar de anúncios anteriores constatando as más previsões para este ano, é a primeira vez que o governo reconhece que existe “recessão”. A economia mexicana pode se contrair em até 4,1% em 2009.
Carstens adiantou que o governo deve propor uma reforma fiscal para o ano que vem, a fim de ajudar a aumentar a fonte de arrecadação, principalmente nos setores não relacionados ao petróleo.
O petróleo, principal fonte de renda do país – ano passado respondeu por 37% da arrecadação federal –, está desvalorizado. O preço do barril caiu 62% desde julho do ano passado e está em 56 dólares atualmente.
A economia mexicana já passava por momentos difíceis devido à crise mundial, que veio a público em setembro passado nos Estados Unidos. Mais de 85 % das exportações mexicanas estão destinados ao mercado norte-americano. Nos últimos três meses de 2008, elas tiveram queda de 14%. No começo desse ano, a situação se agravou, com redução de mais 30%.
Estímulo econômico
Na terça-feira (5), o governo mexicano anunciou um plano de estímulo econômico que prevê a injeção de pouco mais de 2 bilhões de dólares (cerca de 4,1 bilhões de reais) na economia.
As empresas ganharam desconto de 20% na contribuição para a seguridade social e as companhias aéreas e de cruzeiros marítimos pagarão 50% a menos de imposto. Também foi montado um fundo especial de promoção de turismo, que começa com um saldo de 15 milhões de dólares (32 milhões de reais).
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Para o ministro das Finanças, o México deve ser recuperar dos efeitos econômicos da gripe em três ou quatro meses.
Já o PhD em economia Marcos Gonçalves, professor da FGV e da PUC-SP, acha que qualquer previsão nesse momento seria “bruxaria”. Ele também frisou que a mídia tem sido muito sensacionalista a respeito do tema. “É tudo muito vago e ninguém tem idéia do que está falando”.
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