Em um dos mais violentos ataques desde 2001, pelo menos 89 pessoas morreram e outras 42 ficaram feridas nesta terça-feira (15/07) em um atentado suicida contra um mercado da província de Paktika, no Afeganistão. No incidente, um veículo carregado de explosivos atingiu um mercado repleto de pessoas que faziam compras para a Festa do Sacrifício, uma das principais celebrações durante o Ramadã – o mês sagrado para os muçulmanos.
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Efe
Muçulmanos durante o jejum do Ramadã: ataque aconteceu quando civis faziam compras para feste especial do mês sagrado
“O presidente afegão condenou o ataque e acrescentou que este ato cometido durante o Ramadã era imperdoável”, declarou o gabinete de Hamid Karzai, em comunicado citado pela AFP. O local do atentado fica próximo à fronteira leste com a região paquistanesa do Waziristão do Norte.
Apesar de ataques suicidas serem táticas geralmente utilizadas pelo Talibã, um porta-voz da organização, Zabiula Mujahid, rejeitou o envolvimento no atentado à Efe. Até agora, nenhum outro grupo reivindicou autoria.
Paralelamente, na capital, Cabul, uma bomba explodiu hoje, matando dois assessores de comunicação da presidência e ferindo outras duas pessoas, relatou a polícia afegã à Reuters. O Taliban assumiu a responsabilidade neste caso.
Efe
Carro-bomba após atentado na cidade afegã de Jalalabad no fim de semana: número de civis mortos aumentou em 2014 no país
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O ataque coincide com um período de instabilidade no país, que aguarda a divulgação dos resultados das eleições presidenciais para a sucessão de Karzai. Após suspeitas de fraude, os dois candidatos, Ashraf Gani e Abdullah Abdullah, chegaram a um acordo para a auditoria de todos os votos.
Nações Unidas
Segundo um relatório publicado na semana passada pela missão de assistência da ONU no Afeganistão, o número de vítimas entre civis saltou em mais de 25% entre janeiro e junho deste ano em relação ao primeiro semestre de 2013. Isso representa a morte de pelo menos 1.564 civis.
“O impacto em civis, incluindo os mais vulneráveis afegãos, está provando ser devastador”, comentou o diretor da missão das Nações Unidas à Al Jazeera.
Efe
Candidato às eleições presidenciais, Abdullah Abdullah discursa no início do mês após denúncia de fraude massivo no pleito
A escalada das hostilidades vem em um momento em que a maioria das tropas estrangeiras está gradualmente se retirando do país. No final de maio, os Estados Unidos anunciaram que decidiram manter tropas no Afeganistão após o fim da missão internacional no país, prevista para dezembro, e que pretendem completar a saída total em 2016, quando irão manter somente pessoal diplomático.
“Está na hora de virarmos a página na era em que os EUA se dedicavam muito à política internacional no Iraque e no Afeganistão”, declarou o presidente Barack Obama na ocasião. “Temos que reconhecer que Afeganistão não é um lugar perfeito e não é responsabilidade dos EUA de fazer com que ele se tornar um”, acrescentou.