Um panfleto divulgado na última semana no norte de Tel Aviv, Israel, oferece serviços domésticos com preços que variam de acordo com a origem étnica das trabalhadoras. O texto deixa explícito que se trata somente de mão de obra feminina o que, além do caráter racista, despertou críticas pelo machismo.
O material foi divulgado pela blogueira política Tal Schneider no Facebook, onde ela denuncia o “racismo flagrante que permeia a sociedade israelense”:
הגזענות הבוטה מחלחלת לתוך החברה הישראלית. תמחור עובדות לפי גזע. תודו שלא חשבתם על זה עדיין. ישראל 2016(מכר אסף פלייאר שחולק בצפון תל-אביב היום בבוקר)
Posted by Tal Schneider on viernes, 5 de febrero de 2016
O material de divulgação começa com a pergunta: “Precisa de uma doméstica? Está cansado de ser multado por contratar imigrantes ilegais? Não quer contratar uma faxineira árabe por questões de segurança? Está cansado de seguir a lei e depois ser processado por empregados temporários?”.
Na tabela de precificação do trabalho, a hora de trabalho mais barata é a vinda dos países africanos, cuja hora vale 49,00 NIS (shekel israelense, cuja cotação atual é de 1 para 1 com o real). Já a mais cara é a proveniente do leste europeu, que custa 69,00 NIS por hora.
Divulgação
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A veracidade do material chegou a ser questionada, dado o caráter não só racista, como sexista do mesmo. Mas o jornal local Mako entrou em contato com a empresa e constatou a veracidade do anúncio ao contatar um funcionário que esclareceu que a precificação do trabalho se dá desta forma porque “as mulheres do leste europeu trabalham de forma melhor” e que não há nenhuma ilegalidade nisso.
O caso, no entanto, não é isolado. Em outubro do ano passado — quando teve início uma onda de esfaqueamento de israelenses por parte de palestinos — a prefeitura de Tel Aviv começou a analisar a possibilidade de trocar todos os trabalhadores palestinos de escolas por eritreus. Da mesma forma, uma lei foi sancionada pelo governo israelense para impedir que africanos solicitantes de asilo trabalhem na região central de Israel.
Veja o dia a dia dos refugiados africanos em Israel: