Manifestantes foram às ruas no Equador nesta terça-feira (26/10) em um dia de paralisação, convocada por movimentos sociais, para protestar contra medidas adotadas pelo presidente Guillermo Lasso, e para pedir o congelamento do preço dos combustíveis e limites ao setor financeiro e mostrar repúdio à precarização do trabalho no país.
Ações de protesto, com bloqueios de estradas e marchas nas ruas, se iniciaram a partir da meia noite em todo o território equatoriano e se estenderam ao longo do dia. A mobilização nacional foi organizada pela Frente Unitária de Trabalhadores (FUT), pela Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) e pela União Nacional de Educadores (UNE), além de outros coletivos.
Durante a jornada, organizações e independentes divulgaram por meio de redes sociais casos de repressão policial contra manifestantes. Em Guayas, o líder do Sindicato Nacional dos Educadores, Camilo Medina, foi detido pela polícia.
Em Imbabura, policiais teriam lançado gás lacrimogêneo para dispersar os cidadãos. Há relatos de que alguns manifestantes foram detidos. Na província de Cotopaxi, a polícia teria atirado diretamente no rosto dos presentes.
A mobilização acontece depois de Lasso decretar estado de exceção em todo o território nacional para combater a “insegurança” e o “narcotráfico”. A medida permite o uso das Forças Armadas em tarefas de policiamento e o aumento das verbas das forças de segurança.
Reprodução/Twitter
Organizações divulgaram por meio de redes sociais casos de repressão policial contra manifestantes
O que querem os manifestantes
O presidente Lasso, um ex-banqueiro que tomou posse em maio, aumentou o preço da gasolina aditivada em US$ 2,55 por galão e o preço do diesel em US$ 1,90, poucos dias antes da manifestação marcada para esta terça. A economia do país é dolarizada.
Para Leônidas Iza, presidente da Conaie, essa medida foi uma traição. “Não podemos concordar que em meio a uma crise tão profunda, saindo de uma pandemia, eles aumentam os preços”, disse Iza a uma rádio local.
Ao autorizar o aumento, Lasso havia prometido que “estavam suspensos os aumentos mensais” que vinham sendo aplicados desde 2020, por meio de reajustes de acordo com a cotação do petróleo no mercado internacional.
Os manifestantes, no entanto, querem o congelamento do preço do combustível no valor anterior. Da mesma forma, eles pedem apoio ao projeto de Código do Trabalho recentemente apresentado ao Legislativo pela FUT, e rejeitam a proposta de Lei de Criação de Oportunidades.
A mobilização acontece depois de Lasso decretar estado de exceção em todo o território nacional para combater a “insegurança” e o “narcotráfico”. A medida permite o uso das Forças Armadas em tarefas de policiamento e o aumento das verbas das forças de segurança.
(*) Com Brasil de Fato