O líder do partido de esquerda grego Syriza, Alexis Tsipras, afirmou na noite desta quarta-feira (09/05) que não conseguiu formar um novo governo de coalizão. Desta forma, o cenário mais provável é que o país encare novas eleições parlamentares, já que o Pasok (Movimento Socialista Pan-helênico) dificilmente conseguirá entrar em acordo com os partidos que são contrários às políticas de austeridade impostas pela Troika (grupo formado pela União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional).
“Não conseguimos realizar o nosso sonho de [formar] um governo de esquerda, um governo que se oponha à austeridade. Não temos maioria”, afirmou Tsipras. O líder da Syriza disse ainda que devolveria nessa quinta o mandato que lhe foi entregue pelo presidente grego, Carolos Papoulias, para a formação do governo.
Efe
Apesar das conversar que manteve com os demais partidos, Tsipras (à esquerda) não conseguiu formar um novo governo
Com a desistência da Syriza, cabe agora aos sociais-democratas do Pasok, que ficaram em terceiro lugar nas eleições parlamentares do último domingo (06), a formação do novo governo.
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A Syriza ficou em segundo lugar nas eleições com 16,7% dos votos e recebeu a missão de formar o novo governo depois que os conservadores do ND (Nova Democracia), que ficaram em primeiro lugar na disputa, anunciaram a falta de acordo com os demais partidos com representatividade garantida no Parlamento.
ND e Pasok são os únicos partidos que não rejeitam as políticas de austeridade imposta pela Troika – formada por UE (União Europeia), BCE (Banco Central Europeu) e FMI (Fundo Monetário Internacional) – como forma de permitir os empréstimos financeiros aos gregos. No entanto, as duas siglas já sinalizaram que os acordos assinados com a comunidade europeia devem ser revisados.
O resultado obtido pelos dois partidos nas eleições, entretanto, impede a formação de um novo governo de coalizão e as demais siglas se negam a aceitar as políticas de austeridade impostas pela Troika.
A partir de agora, o Pasok terá mais alguns dias para tentar o acordo com os demais partidos. Se isso não for possível, caberá ao presidente grego a tentativa de convocar todos os parlamentares eleitos para a formação de uma “união” de governo. Em caso de novo fracasso, Papoulias terá de convocar novas eleições parlamentares ainda neste mês.
De acordo com uma fonte da UE ouvida nesta quinta-feira pela agência AFP, a Grécia receberá ainda hoje o empréstimo de 4,2 bilhões de euros, que já havia sido negociado. No entanto, diante das incertezas na política do país, os credores decidiram congelar até a próxima segunda-feira (14) um novo empréstimo de 1 bilhão de euros.
As incertezas entre a Grécia a UE, que exige o cumprimento das medidas impostas anteriormente, provocam rumores, inclusive, de que o país poderia deixar a Zona do Euro.