O sequestro do ex-candidato à presidência do México Diego Fernández de Cevallos, em maio, teria sido cometido por um grupo “terrorista” formado membros do grupo separatista basco ETA, “bolivarianos da Venezuela e integrantes das FARC [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia]”, segundo denúncia de especialistas em sequestro e guerrilhas do país.
“São pessoas que dominam o inglês e são formados por 'etarras' [membros do ETA], boliavarianos da Venezuela, cubanos e integrantes das FARC da Colômbia”, que teriam sido liderados por uma organização que saiu do grupo EPR (Exército Popular Revolucionário), disse o presidente do Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal, José Antonio Ortega, em coletiva de imprensa.
De acordo com o especialista, o grupo que sequestrou o ex-candidato se identifica como Tendência Democrática Revolucionária-Exército do Povo (TDR-EP), que opera na região de El Bajío, no centro do México, a cerca de 130 quilômetros da capital, e saiu do EPR em 2000, sendo a única organização ilegal que continua reivindicando o método dos sequestros de políticos como método guerrilheiro.
Segundo Ortega, o motivo do sequestro era “para que a mensagem fosse mais evidente, porque está reconhecendo a presença de um grupo que o sequestra, que humilha o Estado, que o coloca de joelhos, que deixa investigar, que o paralisa”.
No domingo, os sequestradores reivindicaram o rapto como de natureza política e fizeram um chamado a um levante armado como forma de repúdio à política econômica atual do país. Em comunicado, o grupo acusou o Cevallos de legislar “em prol dos grandes monopólios, assessorando as máfias do poder e litigiando a favor dos grandes chefes do narcotráfico”.
Sete meses
Ortega denunciou que, desde abril de 2009, o grupo que sofreu um racha com o EPR “fez em nosso país o que nenhuma outra organização fazia desde o rapto de Arnoldo Martínez Verdugo [então dirigente do extinto Partido Comunista] em 1985: admitir a realização de sequestros”. Os especialistas estimaram que a TDR-EP arrecadou pelo menos 100 milhões de dólares nos últimos anos por meio dos sequestros que realizou no México.
O sequestro de Cevallos, do governista PAN (Partido da Ação Nacional), “significa um salto qualitativo do movimento terrorista no México que desafia o Estado e ameaça levá-lo a uma condição falida”, opinou, por sua vez, o Movimento Branco, uma organização não-governamental que tem manifestado apoio ao exército em sua ação contra o narcotráfico.
A libertação de Fernández de Cevallos, de 68 anos, foi anunciada na segunda-feira pela imprensa mexicana, após ele permanecer sete meses e cinco dias em cativeiro. Ele concorreu à presidência em 1994, quando perdeu para Ernesto Zedillo. Em 27 de novembro, foi divulgada a falsa notícia de que teria sido libertado.
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