Agência Efe
A mais alta autoridade militar da Nigéria, o chefe de defesa aérea Alex Badeh, afirmou nesta segunda-feira (26/05) que o Exército nigeriano sabe onde estão as mais de 230 meninas sequestradas pelo grupo islâmico Boko Haram no dia 14 de abril.
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“A boa notícia para as meninas é que sabemos onde elas estão, mas não podemos contar para vocês. Não podemos revelar segredos militares”, afirmou Badeh a um grupo de jornalistas do lado de fora do quartel-general da Defesa, em Abuja, capital da Nigéria.
Além disso, Badeh informou que o Exército não usará a força para libertar as meninas, por temer que militantes do Boko Haram possam matá-las. Ainda assim, ele enfatizou que as Forças Armadas têm capacidade de resgatar as meninas, sabem o que estão fazendo e devem poder fazer seu trabalho.
“Se formos com força, o que vai acontecer? Vão matá-las. Então, ninguém deveria dizer que os militares nigerianos não sabem o que estão fazendo. Nós sabemos o que estamos fazendo, não podemos ir e matar nossas garotas para tentar trazê-las de voltas. Então, estamos trabalhando”, declarou Badeh.
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Nos últimos dias, o Exército nigeriano recebeu criticas pela falta de resultados na operação de resgate das meninas, que tem o apoio internacional de Estados Unidos e o Reino Unido, entre outras potências. “Deixem-nos em paz, estamos trabalhando. Conseguiremos resgatar as meninas”, reforçou o militar.
As mais de 230 menores sequestradas no dia 14 de abril em uma escola de Chibok permanecem detidas pelo grupo armado, que ameaçou vendê-las se as autoridades não libertarem os membros da seita que estão detidos nas prisões do país. Os Estados Unidos aconselharam o governo do presidente Goodluck Jonathan a não negociar com a milícia.
O Boko Haram, que significa nas línguas locais “a educação ocidental é pecado”, quer instituir um Estado islâmico na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul. Desde que a polícia executou o então líder e fundador da seita, Mohammed Yousef, em 2009, eles mantêm uma campanha violenta que já causou mais de quatro mil mortes.
Neste domingo (25), um ataque perpetrado pelo grupo extremista deixou 24 mortos em um povoado onde os aldeões se recusaram a pagar à seita para custear suas atividades, segundo testemunhas.