O problema da falta de coordenação do trabalho humanitário no Haiti, do qual se fala desde o terremoto do último dia 12, deu novos sinais hoje (23). Primeiro o Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), da ONU (Organização das Nações Unidas), deu por encerradas as buscas por sobreviventes, contabilizando 132 pessoas resgatadas com vida durante os dez dias de duração dos trabalhos das equipes de resgate internacionais. Em seguida, o governo haitiano desmentiu esta informação.
A ministra de Comunicação, Marie Laurence Lassegue, negou que seu
governo tenha dado por finalizadas as operações de resgate e disse que
equipes mexicanas e dominicanas continuam pelo menos durante o dia de
hoje a busca de possíveis sobreviventes. Ela estimou que até a noite de domingo, será confirmado um número de 150 mil mortos.
Segundo a mais recente apuração provisória das autoridades do Haiti, cerca de 111 mil pessoas morreram e 190 mil ficaram feridas.
Muitos estão se refugiando em áreas do país que não foram atingidas pelo terremoto. Mais de 130 mil pessoas já aproveitaram o transporte gratuito para outras cidades disponibilizado pelo governo.
Na praça do Campo de Marte, em Porto Príncipe, onde 10 mil pessoas vivem em barracas em condições de higiene lamentáveis, militares da missão de paz da ONU (Minustah) distribuíram ontem 22 mil litros de água e 10 toneladas de comida.
Sobreviventes
A partir de agora, governo e organizações humanitárias darão prioridade aos sobreviventes. Segundo o governo haitiano, quase 610 mil pessoas estão alojadas em 500 acampamentos improvisados.
O presidente da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, Tadateru Konoé, disse à agência Efe que a prioridade é garantir a segurança para que a ajuda possa ser entregue aos desabrigados.
David Fernandez/EFE
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Acordo
A ONU e os EUA assinaram ontem um acordo definindo o papel das tropas
americanas. O documento foi assinado pelo chefe interino da Minustah,
Edmond Mulet, e pelo embaixador norte-americano no Haiti, Kenneth
Merten.
Ficou estabelecido que o governo do Haiti vai liderar os esforços para
ajudar os desabrigados, manter a segurança e iniciar o processo de
recuperação. À ONU, cabe ajudar as autoridades haitianas a manter a
ordem, a estabilidade e o Estado de direito. E os militares dos EUA
obedecerão ao comando de seu país, mas assumiram o compromisso de
apoiar as prioridades em matéria humanitária e logística estabelecidas
pelas Nações Unidas.
(Atualizada às 18h30)
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