O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse neste sábado (13/06) que está disposto a aceitar “compromissos desagradáveis” para assegurar acordo com credores internacionais, mas em troca o premiê pede um alívio da dívida que a Alemanha se recusa a aceitar.
Agência Efe
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À equipe negociadora grega, que voltou para Bruxelas após o impasse de quinta-feira (11/06) em torno de uma solução para a crise do país, Tsipras ressaltou que não fará qualquer acordo com a União Europeia e o FMI (Fundo Monetário Internacional) que isole a Grécia do resto da Europa.
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Após a falta de acordo, o FMI se retirou das negociações e retornou para Washington.
O porta-voz do organismo internacional, Gerry Rice, justificou a retirada de seu representante de Bruxelas com o argumento de que agora as negociações se darão em nível político e o organismo trata de questões técnicas, o que foi considerado por fontes gregas como uma “disputa interna entre as instituições” da troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI).
Para a Atenas, o FMI “exerce pressão por todos lados, especialmente sobre Berlim, para conseguir que se apliquem políticas duras contra a Grécia e assegurar-se, portanto, que lhe devolvam seu dinheiro”, assinalaram as fontes gregas.
Agência Efe
“Povo nos deu sua confiança para que tomemos decisões críticas e administremos esta situação difícil”, disse Tsipras
Até o fim do mês, Atenas deve pagar 1,6 bilhão de euros ao FMI, com dinheiro que não tem. Ontem, membros da zona do euro discutiram formalmente vários cenários, incluindo o possível calote ao FMI.
Resposta de Tsipras
De acordo com um comunicado divulgado hoje pelo Executivo, Tsipras ressaltou que “se chegarmos a um acordo sustentável, independentemente do quão difícil seja o compromisso, poderemos suportar a carga, porque nosso único critério é sair da crise e acabar com a submissão a programas de resgate”.
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No entanto, advertiu que “se o que a Europa quer é a divisão e que se mantenha a submissão, tomaremos a grande decisão de dizer não e lutaremos pela dignidade de nosso povo e pela soberania nacional”.
O premiê ressaltou ainda que “o governo tem o apoio da população e uma maioria confortável no parlamento. O povo nos deu sua confiança para que tomemos decisões críticas e administremos esta situação difícil”.