Combates entre soldados do exército do Mali e milícias de orientação islâmica estão sendo travados neste domingo (10/02) no centro de Gao, a maior cidade do norte malinês, recentemente reconquistada pela ofensiva governamental comandada por tropas francesas. As informações são da agência de notícias France Presse.
Trocas de tiros foram registradas no centro da cidade. O tiroteio fez com que os habitantes se refugiassem em suas casas para evitar as balas de Kalachnikov e de metralhadoras de 14,5 mm.
Estes confrontos ocorrem após atentado suicida durante a madrugada de sábado para domingo contra um posto de controle em uma das entradas da cidade, o segundo em dois dias. Nenhum militar malinense morreu na explosão, segundo soldados no local. “Foi um homem-bomba que se explodiu”, afirmou um soldado malinense nas proximidades do atentado, realizado contra um posto de controle na entrada de Gao.
Três minas terrestres também foram encontradas na região, segundo um militar francês, que indicou que o Exército irá realizar explosões controladas.
Na sexta-feira, um homem-bomba tuaregue ativou um cinturão de explosivo no controle da entrada norte da cidade, o que custou a vida de um soldado malinense.
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O ataque foi reivindicado pelo Mujao (Movimento pela Unidade e a Jihad na África Ocidental), um dos três grupos que ocupara o norte do país africano, e que ameaçou colocar mais minas, atacar comboios militares e utilizar terroristas suicidas. “Vamos aumentar os ataques contra a França e seus aliados. Pedimos à população que se mantenha distante das zonas militares para evitar explosões”, alertou no sábado o porta-voz do Mujao, Abu Walid Sahraoui.
Gao, maior cidade do norte do Mali, foi reconquistada pelo governo em 26 de janeiro pelos soldados franceses e malinenses.
Este final de semana registrou os primeiros atentados suicidas registrados no Mali. Em todo o país, os grupos islâmicos evitam um confronto direto com os soldados franceses e malinenses e parecem adotar como estratégia os ataques suicidas e a colocação de minas terrestres nas estradas.
“Se você se distancia poucos quilômetros de Gao, já é perigoso”, relatou um oficial do Mali. De acordo com fontes militares da França e Mali, várias aldeias nas proximidades de Gao defendem a causa islâmica. Dois jovens com cinturões cheios de explosivos foram detidos na manhã de sábado 20 km ao norte de Gao.
Os dois homens suicidas, assim como os jovens detidos, pertencem às comunidades árabe e tuaregue, que constituem a maioria dos combatentes das milícias armadas.
(*) com agências de notícias internacionais