Os haitianos voltam neste domingo (20/11) às urnas para escolher, entre 27 candidatos, seu próximo presidente, em uma eleição que já foi adiada quatro vezes, a última delas devido à passagem do furacão Matthew em 4 de outubro, cinco dias antes da data prevista para o pleito.
O governo do Haiti anunciou nesta sexta-feira (18/11) o fechamento de sua fronteira no fim de semana devido à realização das eleições gerais no país, para assegurar um maior controle durante a jornada eleitoral, informou o Ministério de Assuntos Interiores em comunicado.
“Queremos lembrar os partidos e candidatos que eles podem ser excluídos do processo se participarem de atos de violência. A lei eleitoral é muito clara sobre violência e segurança. Os candidatos têm que respeitar a lei eleitoral para garantir o desenvolvimento do processo. Vamos tomar medidas duras contra qualquer pessoa que não respeitar as ordens de segurança que estabelece a lei eleitoral”, afirmou o CEP (Conselho Eleitoral Provisório) em comunicado.
O CEP reitera que as eleições vão acontecer, apesar da devastação deixada pelo furacão, que deixou pelo menos 573 mortos e 75 desaparecidos, enquanto 175 mil pessoas do sul e do sudoeste do país, as áreas mais afetadas, permanecem em alojamentos provisórios.
“Estamos prontos e o ambiente é muito propício para a realização das eleições, o governo fez o máximo para garantir as eleições e colocou à disposição do Conselho Eleitoral todo o necessário”, declarou o primeiro-ministro do Haiti, Enex Jean Charles.
O Haiti vive um momento crucial com este pleito, convocado depois que os resultados das eleições de outubro de 2015 foram invalidados por causa de supostas irregularidades.
Agência Efe
Haitianos vão às urnas neste domingo (20/11), após adiamento das eleições
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Este pleito acontece em meio a uma grave crise humanitária, já que mais de 600 mil pessoas vivem nas áreas mais afetadas por Matthew, onde haverá muitas dificuldades para exercer o direito ao voto, entre outras coisas, porque muitos deles perderam suas carteiras de identidade durante o ciclone.
O CEP diz desconhecer o número de pessoas que ficaram sem documentos como consequência da passagem do Matthew, e a isto se soma o problema de que muitos dos espaços que devem ser utilizados como centros de votação servem atualmente de albergues para dezenas de milhares de deslocados.
A grande novidade da campanha foi a organização pela primeira vez de um debate por iniciativa do GIAP (Grupo de Intervenção de Assuntos Públicos), com a intervenção de cinco candidatos.
Nos debates participaram Jovenel Moise, do Partido Haitiano Tet Kale (PHTK); e Jude Celestin, da Liga Alternativa pelo Progresso e Emancipação Haitiana (Lapeh), que obtiveram, nas eleições invalidadas do dia 25 de outubro de 2015, 32,81% e 25,27% dos votos, respectivamente.
Moise Jean-Charles, da Plataforma Pitit Dessalines; Jean Henry Ceant, candidato do Renmen Ayiti; e Edmonde Beauzile do Partido Fusão dos Social-Democratas, foram os outros candidatos presentes ao debate, onde a luta contra a pobreza, a governabilidade e o respeito dos direitos humanos foram os principais temas.
Nestes debates esteve ausente Maryse Narcisse, candidata pela Família Lavalas, partido do ex-presidente Jean Bertrand Aristide, que ficou em quarto lugar na última eleição.
As poucas pesquisas mantêm esta candidata em quarto lugar, atrás de Celestin, Jean Charles e Moise, em primeiro, segundo e terceiro, respectivamente, em intenções de voto. Se nenhum dos candidatos conseguir 50% mais um dos votos, os haitianos deverão voltar às urnas para um segundo turno no dia 29 de janeiro de 2017.