O grupo político-militar Hezbollah criticou nesta sexta-feira (22/03) “o discurso complacente” do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, com Israel, e também protestou contra o pedido do chefe de Estado para considera-lo uma organização como terrorista.
Em comunicado, o movimento afirmou ironicamente que “o discurso complacente de Obama na entidade sionista (Israel) não teria sido correto sem atacar a Resistência (braço armado do Hezbollah)”.
Na quinta-feira (21), Obama fez um pedido para que o mundo considere o Hezbollah uma organização terrorista, em discurso para 500 jovens israelenses em Jerusalém.
“Todo país que avalie a justiça deve reconhecer o Hezbollah como o que realmente é: uma organização terrorista”, afirmou Obama, que na quarta-feira (20) iniciou uma visita no Oriente Médio, incluindo Israel, os territórios palestinos ocupados e a Jordânia, onde chegará na tarde desta sexta.
O grupo xiita condenou “as posturas norte-americanas em relação aos projetos sionistas, o que transformam Washington em cúmplice total dos crimes do inimigo”.
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O Hezbollah assinalou que essas posturas “mostram a inutilidade de se apostar em iniciativas negociadoras e reforçam a correta opção da resistência”.
A visita do presidente dos Estados Unidos é vista pelo Hezbollah como uma etapa de cooperação profunda e total do governo americano com Israel, país que apoia “em suas políticas inimigas criminosas contra o direito dos palestinos e os povos da região”.
“As declarações de Obama não concedem nenhum peso aos governo árabes e islâmicos e negam os direitos básicos do povo palestino, além de respaldar o projeto sionista na Palestina mediante uma tentativa de impor condições e ditados aos países árabes”, afirma nota oficial do Hezbollah.
Com essa atitude, o Hezbollah acredita que Washington tenta fazer com que os países árabes aceitem “a entidade inimiga como um estado notadamente judeu”.
Os EUA mantêm o Hezbollah em sua lista de organizações terroristas desde 1995, após uma série de ataques antiamericanos, como o bombardeio da embaixada norte-americana e o quartel dos Marines em Beirute na década de 1980.