Os 17 homens e 17 mulheres do primeiro escalão do governo terão um salário bruto mensal de 9.940 euros, enquanto Hollande e o primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault, ganharão 14.910 euros por mês.
Na primeira reunião do novo governo francês também ficou acertado que as verbas dos ministérios serão diminuídas em 10%, assim como o número de funcionários da pasta.
Hollande também assinou um código de conduta dos políticos que pretende evitar conflitos de interesses, obrigando os ministros a renunciarem aos cargos que ocupavam antes de tomarem posse.
Agência Efe
Laurent Fabius e François Hollande (à direita) participam da primeira reunião ministerial francesa
Além disso, o código de conduta diz que os membros do gabinete devem rejeitar convites privados e presentes de valores superior a 150 euros e escolher o trem como meio de transporte prioritário para deslocamentos inferiores a três horas.
Essas medidas foram adotadas para tentar fazer com que essa seja uma presidência “normal” e diferente do mandato do ex-presidente, Nicolas Sarkozy.
O novo governo começa com a necessidade de ajustar as contas públicas numa economia estagnada no primeiro trimestre, mas também com uma agenda sem descanso em nível internacional.
“O essencial é nós trabalharmos muito depressa a serviço dos franceses para conseguir levar o país para o caminho da justiça”, disse Ayrault.
A porta-voz do governo, Najat Vallaud-Belkacem, explicou que a ideia é reformar o país para “acabar com os privilégios e melhorar a vida dos franceses”.
Três políticos serão os protagonistas destas mudanças: os ministros da Economia, Pierre Moscovici; das Relações Exteriores, Laurent Fabius; e do Interior, Manuel Valls.
“A prioridade é fazer avançar os temas mais urgentes e solucionar a crise”, disse hoje Fabius, que se disse “profundamente europeu” mas a favor de um continente diferente, que priorize a criação de empregos.
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Moscovici, que assumiu o cargo das mãos de seu antecessor, François Baroin, afirmou que a crise grega e a “reorientação da construção europeia” serão seus temas prioritários. O ministro disse ainda que trabalhará “com todos os parceiros” do país, com a Alemanha e as instituições europeias.
Valls, nascido em Barcelona e naturalizado francês, lembrou sua origem estrangeira e prometeu que o governo não irá estigmatizar a população nem fará distinções de categorias, bairros e origens.
Segundo os ministros presentes na reunião, o encontro foi emocionante e solene, e nele Hollande se comprometeu a aplicar as promessas de campanha “sem perder tempo”.
Nesta sexta-feira Hollande viajará para os Estados Unidos, onde se encontrará com o presidente do país, Barack Obama, e depois participará das cúpulas do G8 e da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), onde formalizará a saída das tropas francesas do Afeganistão.