Atualizada às 21h.
O Conselho da Internacional Socialista decidiu expulsar o partido Frente Sandinista pela Libertação Nacional da Nicarágua de sua composição e manifestou apoio à Assembleia Nacional venezuelana e ao deputado da oposição Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino do país.
Em reunião ocorrida nesta terça-feira (29/01) em Santo Domingo, capital da República Dominicana, o conselho justificou o apoio à oposição venezuelana por considerar que houve “falta de credibilidade democrática” nas eleições de maio passado que reelegeram o presidente Nicolás Maduro com mais de 67% dos votos.
Segundo documento aprovado ao término da reunião, a IS, que também defendeu a realização urgente de novas eleições como única maneira de avançar no país, acredita que Guaidó pode “conduzir uma transição para a democracia, apoiada na legítima Assembleia Nacional”.
O conselho também se posicionou afirmando que as novas eleições precisariam “ser vigiadas por uma nova autoridade eleitoral plenamente independente e imparcial”.
Por sua vez, a expulsão dos sandinistas, partido eleito democraticamente que governa a Nicarágua, foi justificada por “violações de direitos humanos e valores democráticos” durante os protestos contra o presidente Daniel Ortega. “O socialismo é incompatível com a tirania”, afirmou a IS.
O Partido Socialista Operário Espanhol, que é membro da Internacional Socialista, anunciou a decisão por meio de seu Twitter: “O Conselho da Internacional Socialista na República Dominicana decidiu expulsar a FSLN da organização pelas violações aos direitos humanos e dos valores democráticos cometidos pelo regime de Daniel Ortega”.
Crise venezuelana
Na última quarta-feira (23/01) o deputado do partido de direita Voluntad Popular, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino da Venezuela durante um comício com militantes da oposição onde foi simulado uma cerimônia de posse e um juramento.
Em uma tentativa de golpe de Estado, o parlamentar foi reconhecido por governos como o dos Estados Unidos, Brasil, Colômbia e Canadá.
Nesta quinta-feira (31/01), o Parlamento Europeu também manifestou apoio a Guaidó.
Flickr
Frente Sandinista de Libertação Nacional foi eleita democraticamente e governa a Nicarágua