O governo do Irã negou nesta segunda-feira (06/08) a presença de militares iranianos entre os sequestrados no sábado (04/08) na Síria, como afirmaram membros da oposição ao governo de Bashar al Assad.
Neste domingo (05/08), a rede televisiva Al Arabyyia divulgou um vídeo, no qual supostos membros do Exército Livre da Síria afirmam que entre os 48 sequestrados havia membros do corpo especial militar Guarda Revolucionária do Irã. Segundo eles, os capturados eram integrantes da milícia pró-Assad Shabiha e estavam em uma missão de reconhecimento no território sírio.
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Em entrevista para a cadeia oficial de televisão iraniana Alalam nesta segunda (06/08), Hussein Amir Abdolahian, vice-ministro das Relações Exteriores, negou as acusações e disse que os rebeldes sírios planejaram a ação. “Seu objetivo é pressionar o Irã para não apoiar mais a nação Síria”, afirmou ele.
O ministro iraniano disse também que o grupo de pessoas sequestradas estava fazendo uma peregrinação no território sírio sob o controle e coordenação da Organização de Peregrinações do Irã. Em fevereiro deste ano, Teerã anunciou que estavam proibidas as viagens por terra de peregrinos à Síria por conta dos diversos casos de sequestros.
Ali Akbar Salehi, ministro das Relações Exteriores, pediu ajuda aos governos do Catar e da Turquia, aliados da oposição síria, para negociar a libertação do grupo no domingo (06/08). Desde dezembro do ano passado, as autoridades turcas já intermediaram a libertação de 27 dos pelo menos 32 cidadãos iranianos capturados na Síria por grupos armados opositores ao regime de Damasco.
Mortes
Os recentes bombardeios das tropas governamentais na periferia de Damasco provocaram a morte de três iranianos sequestrados, afirmou nesta segunda-feira (06/08) à Agência Efe Rafif Juejati, ativista dos Comitês de Coordenação Local, organização opositora ao governo de Bashar al Assad.
Os Comitês informaram que a Brigada Al Bara bin Malek, que faz parte do ELS (Exército Livre Sírio), anunciou a morte dos iranianos, que faziam parte dos 48 iranianos sequestrados no sábado passado quando viajavam em um ônibus.
Abdenaser Samir, general do ELS, ameaçou nesta segunda-feira executar os reféns – entre os quais assegurou que há membros da Guarda Revolucionária iraniana – se as forças do regime de Bashar al Assad não cessarem imediatamente os bombardeios indiscriminados, segundo a mesma fonte.
Para Juejati, a morte dos iranianos evidencia que o regime sírio “já não controla a situação e bombardeia de maneira indiscriminada todas as áreas. Dentro da depressão na qual se encontra, seu comportamento é totalmente ilógico”.
Um combatente do ELS que não se identificou advertiu na gravação que “qualquer trabalhador iraniano na Síria terá o mesmo destino que os capturados”.