Uma corte de Justiça na cidade de La Carlota, em Córdoba, na Argentina, autorizou a mudança de nome de um homem de 33 anos chamado Jorge Rafael Videla, homônimo do ex-ditador (1976-1981), que governou o país durante a primeira parte da ditadura civil-militar, encerrada em 1983.
Telam – cortesia do jornal La Voz del Interior
Cansado de sofrimento, Jorge Videla Schiel conseguiu desvincular sua imagem do ex-ditador
De acordo com informações são da agência de notícias estatal Telam, o nome do cidadão foi mudado para Jorge Videla Schiel. O sobrenome por parte de pai não podia ser alterado.
Já o segundo nome, “Rafael”, foi retirado, agregando o nome de família de sua mãe ao final.
Telam
O autor do pedido alegou que o fato de possuir o mesmo nome do ex-ditador lhe trazia imensos prejuízos pessoais, que culminaram com ocasiões em que não mais conseguia sair de casa.
O ex-presidente, além de representar a face mais brutal do regime, também foi recentemente condenado por crimes contra a humanidade.
Para provar os distúrbios que sofreu, Videla foi submetido a uma série de testes psicológicos e que não tinha qualquer débito com a Justiça argentina – caso contrário, o pedido de troca de nome pode implicar em tentativa de fraude.
Videla afirmou que era alvo de constantes humilhações, discriminação e bullying, na escola, na universidade, trabalho e até em sessões de votação, quando se apresentava para votar.
Segundo ele, ao sempre observar as reações de terceiros frente à menção de seu nome, acabou por apresentar sintomas de síndrome do pânico e vergonha, não mais conseguindo sair para a rua. Ao fim, o juiz da corte considerou seu os motivos do pedido legítimos.
Em sua decisão, o juiz afirmou que, no caso, “se encontram objetivamente afetados direitos de abrangência constitucional, como a dignidade, a honra, a saúde, o trabalho e o desenvolvimento pessoal”.
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