“A criação de dois Estados é a única solução realista, pois um Estado unitário acaba sendo um Estado de apartheid, com cidadãos de segunda classe, ou sendo um Estado que destruirá a capacidade de Israel ser um Estado judeu”, declarou John Kerry, secretário de Estado, durante reunião com representantes oficiais e especialistas norte-americanos, europeus, russos e japoneses na última sexta-feira (25/04), segundo o portal Daily Beast.
Efe
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry: responsável por mediar os diálogos de paz entre Israel e Palestina
Sobre a declaração, a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Jen Psaki, explicou que Kerry “estava reiterando o porquê de não existir algo como uma solução a partir de apenas um Estado se você acredita no princípio do Estado Judeu”. Há mais de um ano, Kerry tem se dedicado a resolver o problema diplomático entre Israel e Palestina e foi o principal responsável por mediar os diálogos de paz, sendo a maior meta que assumiu em seu cargo.
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O termo apartheid faz alusão ao sistema social segregacionista em vigor na África do Sul de 1948 a 1994. Enquanto esta expressão tinha sido evitada por John Kerry e pelo próprio Barack Obama, o apartheid já havia sido usado para caracterizar o conflito Israel-palestino pelo ex-presidente dos EUA Jimmy Carter (1977-1981). Driblando a tendência de oficiais norte-americanos em evitar usar a expressão em referência a Israel, Carter escreveu um livro sobre a temática publicado em 2006 e intitulado “Palestina: a paz, não o apartheid”.
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Embate no lugar de debate
Na quinta-feira (24/04), Israel decidiu suspender de forma imediata as negociações de paz com a Palestina e anunciou sanções econômicas à Cisjordânia. A decisão veio depois da declaração de um novo acordo de reconciliação entre as facções rivais palestinas — a islâmica Hamas e a nacionalista Fatah, liderada pelo presidente da ANP, Mahmoud Abbas — na quarta (23/04).
“Este acordo é uma continuação direta da negação dos palestinos para avançar nas negociações. Quem quer que escolha o terrorismo do Hamas não quer paz”, tuitou Netanyahu em sua conta no Twitter, na ocasião. “Abbas recusou discutir o reconhecimento de Israel como o Estado nacional do povo judeu e formou aliança com uma organização de muçulmanos terroristas que clama pela destruição de Israel e luta para matar judeus”, acrescentou.