A AP (Associated Press) publicou uma reportagem nesta terça-feira (30/08), reproduzida em jornais como o norte-americano Washington Post, em que lembra que os três próximos da linha de sucessão da presidente Dilma Rousseff – que deve ter o pedido de impeachment votado em definitivo nesta quarta (31/08) – respondem a acusações de corrupção.
Além disso, diz que, de acordo com grupos que promovem a transparência nos órgãos públicos, 60% dos 594 congressistas (513 deputados e 81 senadores) têm alguma acusação de corrupção.
A agência recorda que o primeiro na linha, o presidente interino Michel Temer, foi delatado pelo ex-senador e ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, por ter supostamente pedido dinheiro do esquema de corrupção na Petrobras para pagar contas da então candidatura de Gabriel Chalita (então no PMDB, hoje no PDT) à Prefeitura de São Paulo, em 2012. As quantias teriam sido transferidas por forma de doação legal pela empreiteira Queiroz Galvão.
Marcelo Camargo/Ag, Brasil
Temer (esq.) e Maia são os dois próximos na linha de sucessão de Dilma Rousseff
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Além disso, Temer foi acusado de ter apontado um lobista para distribuir entre 1997 e 2001 propinas oriundas de negócios com etanol. O interino nega todas as acusações, mas a AP lembra que ele está inelegível por oito anos por cometer crime eleitoral em 2014.
O segundo da linha sucessória, relata a AP, é Rodrigo Maia, eleito recentemente para a Presidência da Câmara dos Deputados. De acordo com a agência, um auxiliar de um governador disse que Maia recebeu doações ilegais para campanhas políticas. Ele nega.
O terceiro, prossegue a Associated Press, é Renan Calheiros, presidente do Senado. Lembrando que Calheiros assume o governo em uma eventual viagem de Temer e Maia, a agência conta que o STF (Supremo Tribunal Federal) abriu várias investigações contra ele no escândalo da Petrobras. Calheiros também foi delatado por Machado, que afirmou que o senador recebeu quase US$ 10 milhões em propinas por cerca de dez anos. O presidente do Senado também nega as acusações.
Por último, a agência relembra o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que estaria na linha sucessória se não tivesse sido removido do cargo pelo STF. Promotores acusam Cunha de ter recebido dinheiro ilegal da Petrobras, o que o deputado nega.