O comitê encarregado de delimitar a fronteira em litígio entre o norte e o sul do Sudão desistiu da tarefa nesta segunda-feira (2/8) após meses de discussões. Agora, a solução da disputa ficará nas mãos da presidência do país, ocupada por Omar al-Bashir – acusado de genocídio pelas potências ocidentais.
O presidente do comitê, Abdala al Sadeq, disse em Cartum que, após três meses de debates, os integrantes do órgão não chegaram a um acordo sobre zonas em disputa, como a de Ebey, rica em petróleo. Mesmo assim, Sadeq afirmou que, até agora, 80% da fronteira entre o norte e o sul do Sudão, equivalente a 1.400 quilômetros, está delimitada.
Segundo Sadeq, é possível terminar o processo antes de janeiro, para quando está prevista a realização de um referendo entre os habitantes do sul que decidirão sobre sua autonomia ou não.
O Partido do Congresso Nacional, de Al-Bashir, advertiu ao Movimento Popular de Libertação do Sudão, que governa no sul e é seu aliado no governo federal, que não vai colaborar no referendo sem que as fronteiras estejam delimitadas.
O norte do Sudão, de maioria muçulmana, e o sul, predominantemente cristão e animista, travaram uma guerra de mais de 20 anos que concluiu com um acordo de paz em 2005 que estipulava tanto a realização do pleito geral de abril passado, como o referendo sobre a independência do sul no começo de 2011. Mais de 2 milhões de pessoas morreram no conflito, que começou em 1983, quando o regime de Cartum impôs a lei islâmica em todo o país e os rebeldes do sul pegaram em armas.
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