O presidente eleito da Argentina, Maurício Macri, começou a indicar na noite de terça-feira (24/11) os primeiros ministros que comporão o próximo governo do partido de oposição ao kirchnerismo.
Um dos nomes apresentados é na pasta de Relações Exteriores. Susana Malcorra, que desde 2012 é chefe de gabinete do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, substituirá o atual chanceler, Hector Timerman, quando Macri tomar posse, em 10 de dezembro.
Além disso, o atual ministro da Cultura portenho, Hernán Lombardi, estará a cargo do Ministério de Meios Públicos, anunciou Macri. Na pasta de Educação, Esteban Bullrich, que hoje comanda a área na capital, foi um dos primeiros funcionários confirmados pelo presidente eleito.
EFE
Macri, perante multidão de jornalistas e simpatizantes, na saída de encontro com Cristina Kirchner
Ainda há nomes a serem anunciados. Em sua primeira conferência à imprensa, na manhã de segunda-feira (23/11), Macri já sinalizara que pretende criar um gabinete econômico com ao menos seis ministros. Entre outras pastas, o novo mandatário deve anunciar nos próximos dias também os próximos nomes na Saúde, Finanças e Justiça.
Encontro com Cristina
Na noite de terça, Macri declarou que discutiu brevemente os detalhes da transição política do país na reunião que teve na noite de terça-feira (24/11) na residência oficial de Olivos com a atual presidente, Cristina Kirchner.
“Foi uma reunião cordial, mas curta. Ela me disse que havia convocado [o encontro] para me dar uma felicitação pessoal”, afirmou Macri à emissora local Todo Noticias.
Questionado sobre pontos pendentes em relação ao processo de transição política, o presdiente eleito disse que não sentiu “que valia a pena entrar nesses temas”.
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“Ela me disse que tinha me convidado para uma felicitação pessoal antes de me ver no dia 10 de dezembro. Falamos sobre o dia 10 e sobre as formalidades da cerimônia de transferência. E não houve mais que isso”, acrescentou.
A reunião em Olivos ocorreu a portas fechadas às 19h locais (20h de Brasília) e não teve a presença de fotógrafos, tampouco de ministros ou outros representantes.
De acordo com a agência estatal Télam, a mandatária argentina e o líder da coalizão conservadora PRO dialogaram por cerca de 40 minutos e havia, do lado de fora, uma série de simpatizantes e jornalistas aguardando as novidades do encontro.
No dia anterior, Cristina Kirchner havia recebido em sua residência Daniel Scioli, candidato do seu partido, o Frente para Vitória, junto ao seu vice, Carlos Zannini. Ela ainda não fez comentários públicos sobre o encontro com Macri.
No domingo (22/11), Macri venceu as eleições na Argentina com 51,40% dos votos, frente aos 48,60% obtidos por Scioli em um segundo turno inédito na história do país que coloca fim aos 12 anos de kirchnerismo na nação.
Macri terá adiante o desafio de gerenciar um Congresso no qual a Frente para a Vitória ainda detém maioria e um país que tem a maioria de suas províncias controlada por governos peronistas – embora a mais importante delas, a de Buenos Aires, seja agora controlada também pelo Cambiemos, com Maria Eugénia Vidal.