Um dia antes de o mundo acabar – ou assim diria a profecia maia -, quase mil pessoas estão presas na China por fazerem parte de um grupo apocalíptico chamado “Deus Todo Poderoso”, que divulga rumores sobre o fim dos tempos e exige o fim do comunismo.
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Seita apocalíptica defende o fim do “grande dragão vermelho”, em referência ao regime comunista da China
O grupo, chamado de “culto maligno“ pela agência estatal Xinhua, clama que as pessoas desistam de seus bens e dinheiro para integrarem a seita, que seria a única salvação contra os três dias de escuridão após o dia 21 de dezembro de 2012.
De acordo com o jornal chinês Global Times, o grupo disse a seus seguidores que o fim do mundo conduzirá a uma nova era comandada por uma “Jesus feminina” e, por isso, pede o fim do “grande dragão vermelho“, em alusão ao regime comunista chines.
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Não se sabe muito sobre o “Deus Todo Poderoso“, que provavelmente se formou na década de 90 na província de Henan e cujo fundador, Zao Weishan, deve ter fugido para os EUA. É estimado em um milhão o número de seguidores. A mídia chinesa os acusa de proibir o uso de celulares, de esconder suas reais identidades sob pseudônimos e de as mulheres do grupo praticarem “comunicação sexual“ para enganar homens solteiros.
A polícia os responsabiliza por perpretrar pânico social e ainda deve manter os presos detidos por mais alguns dias. Policiais de Beijing fizeram questão de postar online que “o famigerado fim do mundo não passa de um rumor“. A maior parte das prisões ocorreu nas províncias de Qinghai e Guizhou, segundo o Beijing Times.
Longe do “Deus Todo Poderoso“, o fazendeiro Liu Qiyuan, da provincial de Hebei, tem seus próprios métodos para garantir sua salvação. Liu construiu várias câmaras de sobrevivência, que podem conter até 14 pessoas, sobrevivem a tempestades e boiam na água. Tais câmaras custam entre 1,7 a 3,4 milhões de reais e ele já teria vendido 26 deles. “Se houver mesmo algum tipo de apocalipse, então você pode dizer que eu contribuí para a salvação da humanidade“, afirmou Qiyuan.
A crença no fim do mundo ganhou popularidade na China desde o filme “2012“, blockbuster de ciência científica de 2009. Segundo crenças, o calendário maia terminará nesta sexta-feira (21/12) um ciclo de 5200 anos.