O Ministério Público da Venezuela pediu à Interpol (polícia internacional) que capture o ex-presidente do país Carlos Andrés Pérez – no poder entre 1974 e 1979 e depois de 1989 a 1993 – que aparentemente está na Costa Rica, pelas mortes durante a revolta que ficou conhecida como Caracazo, em Caracas.
Segundo anunciou a procuradora Luisa Ortega, a ordem de detenção “se inclui no código vermelho da Interpol, mas isso não é garantia de que será preso. Isso depende do governo do país onde se encontra nesse momento (possivelmente a Costa Rica)”, disse a uma emissora estatal de televisão.
A Procuradoria deu início a um processo de exumação de um número indeterminado de cadáveres no cemitério geral de Caracas no dia 20 de setembro, com o objetivo de identificá-los e fechar um dos capítulos mais sinistros do Caracazo.
Os cadáveres são de pessoas que foram mortas pelas forças da ordem durante a rebelião popular, no final de fevereiro de 1989, poucos dias depois que Pérez assumiu o poder para um segundo mandato e anunciar um pacote de medidas econômicas que incluía um aumento dos preços dos transportes públicos e da gasolina..
Nunca se soube o número exato de mortos. O balanço oficial aponta para 300, enquanto organismos humanitários elevam esse número para mais de mil.
Imagens do 'Caracazo':
“Temos que fazer justiça a todos os casos, nenhum pode ficar pendente”, acrescentou a procuradora, que lembrou que, até o momento, três pessoas foram acusadas pelo fato, entre elas o ministro da Defesa da época, Ítalo Del Valle Alliegro.
As outras duas são Freddy Maya e Manuel Heinz, então chefe do Comando Regional da Guarda Nacional (GN, Polícia militarizada) e chefe do Comando Estratégico da GN de Caracas, respectivamente.
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