Organizações sindicais, partidos políticos brasileiros e movimentos sociais de toda a América Latina reuniram hoje (2) cerca de duzentas pessoas na avenida Paulista, em São Paulo, para protestar contra as ameaças à Embaixada do Brasil em Tegucigalpa e a deposição do presidente eleito de Honduras, Manuel Zelaya.
Os militantes levaram faixas, camisetas de repúdio ao golpe e fizeram pronunciamentos contrários ao governo golpista liderado por Roberto Micheletti e à repressão aos membros da Frente Nacional de Resistência em Honduras.
Daniella Fernandes
Membros de diversas entidades se reuniram em São Paulo
Integrante do LER-Q (Liga Estratégia Revolucionária Quarta Internacional), Marcelo Santos afirmou que o movimento repudia o golpe e a repressão, mas é contra uma saída negociada. “Defendemos uma solução por meio da mobilização popular, e a instituição de um governo dos trabalhadores”.
O PSTU também é contrário à negociação como solução para o impasse. “Os golpistas chamam o diálogo porque está acabando o tempo para as eleições”, afirmou em discurso o integrante do partido, Dirceu Travesso, que esteve em Tegucigalpa em agosto e deve voltar à capital hondurenha na próxima sexta-feira. “[Queremos] Derrotar a ditadura, não porque queremos o governo de Zelaya, mas porque é um governo instituído por um golpe militar, um atraso para a luta na América Latina”, disse.
Já o PSOL protestou “em defesa da luta do povo de Honduras, contra o golpe e pelo retorno de Zelaya à presidência”.
O evento de hoje teve participação de membros do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), CUT (Central Única dos Trabalhadores), Intersindical, MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), ANEL (Associação Nacional das Empresas Lutuosas), Consulta Popular, Assembleia Popular, Círculo Palmarino, Esquerda Marxista, LER-QI, Juventude Revolução, Movimento das Fábricas Ocupadas, CDR, PCR, PCB, PSOL e PSTU.
Outros latinos
O protesto teve também a presença de um hondurenho, o estudante Cesar Aguilar, de 20 anos. Ele está no Brasil há dois meses, quando veio do povoado de Marale, a cerca de uma hora de Tegucigalpa, após ser aprovado em um concurso do Instituto Florestan Fernandes. Durante o ato, ele defendeu a volta de Manuel Zelaya e convocou a população a apoiar os hondurenhos que rejeitam o golpe.
Membros de movimentos ligados a sindicatos e reforma agrária da Venezuela, Bolívia, Uruguai, México, Guatemala, Nicarágua, Moçambique e Haiti também estavam presentes.
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