Menos de um ano após a queda do Muro de Berlim, a Alemanha Ocidental e a Alemanha Oriental tornam-se uma só nação, naquele que passou a ser conhecido como o “Dia da Unificação”: 3 de outubro de 1990.
Desde 1945, quando as tropas do Exército Vermelho ocuparam a região oriental da Alemanha e os Estados Unidos e outras forças aliadas ocuparam a metade ocidental daquele país ao final da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha dividida passou a representar um dos mais duradouros símbolos da Guerra Fria.
Alguns dos mais dramáticos episódios da Guerra Fria tiveram lugar naquele território. O Bloqueio de Berlim, de junho de 1948 a maio de 1949, durante o qual a União Soviética bloqueou todos os acessos terrestres a Berlim Ocidental, e a construção do muro, em 1961, foram talvez os mais famosos.
Com o gradual debilitamento do poder soviético no final da década de 1980, o Partido Comunista da Alemanha Oriental começou a perder o controle do poder. Dezenas de milhares de alemães orientais trataram de se bandear para o outro lado e, no final de 1989, o Muro de Berlim começou a ruir. Logo depois, negociações entre funcionários da Alemanha Ocidental e Oriental, ao lado de representantes dos Estados Unidos, Grã Bretanha, França e União Soviética, passaram a explorar as possibilidades de reunificação.
Essas negociações – as chamadas conversações 2+4 – culminaram com a assinatura, em Moscou, em 12 de setembro de 1990, de um tratado dando plena soberania à Alemanha unificada. A Alemanha, por sua vez, reconheceu como invioláveis as fronteiras vigentes na Europa, comprometendo-se a reafirmar a fronteira com a Polônia, demarcada pelos rios Oder e Neisse, num tratado bilateral com este país, assinado em 14 de novembro do mesmo ano.
No dia 20 de setembro, os Parlamentos de Bonn e de Berlim Oriental aprovaram o Tratado de Unificação. Os cinco estados alemães-orientais – Brandemburgo, Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, Saxônia, Saxônia-Anhalt e Turíngia – passaram a integrar o território da República Federal da Alemanha a partir de 3 de outubro de 1990.
No dia 2 de dezembro, foram realizadas as primeiras eleições parlamentares da Alemanha unificada. Sagrou-se vencedora a coalizão entre democrata-cristãos e liberais liderada por Helmut Kohl, que se tornou assim chanceler federal pela quarta vez e o primeiro chefe de governo da nova era na história da Alemanha.
A reintegração das duas Alemanhas teve um alto custo econômico, que gerou inflação e recessão. Um dos problemas sociais provocados pela reunificação foi a necessidade de estender a toda a população o nível de vida e poder de compra alcançados pelos habitantes do lado ocidental.
Para grande parte da população oriental, que tinha antes a garantia de um emprego, a reunificação poderia ser sinônimo de desemprego. Mas, o entusiasmo retoma o fôlego quando é anunciado o reconhecimento da nova Alemanha pelas Nações Unidas. A partir de então, as duas Alemanhas seriam representadas nas Nações Unidas por uma única bandeira.
Embora esse acontecimento histórico tenha tido lugar mais de um ano antes da dissolução da União Soviética, para muitos observadores e analistas a reunificação da Alemanha marcou efetivamente o fim da Guerra Fria.
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