Taiji, no Japão, é célebre há pelo menos uma década por sua matança generalizada de golfinhos. Em 2009, após permitir que pescadores matassem mais de dois mil animais, chegou a protagonizar um documentário premiado com um Oscar e dirigido pelo norte-americano Louie Psihoyos.
Agora, contudo, seus moradores poderão nadar e brincar com os golfinhos em um zoológico que será construído ao lado do local aonde as mortes ocorrem todos os anos. A grande ironia é que, mesmo assim, a autorização da prefeitura para o abate indiscriminado não será suspensa.
Veículos da imprensa local noticiam que o parque terá quase 300 mil metros quadrados, o suficiente para abrigar diversas espécies de golfinhos e pequenas baleias capturadas no local. Nos últimos anos, vendê-los vivos para aquários tem sido um negócio mais lucrativo. Há parques aquáticos que chegam a pagar quase 25 mil reais pelo espécime. Assim. muitos moradores acreditam que, ao inaugurar o zoológico, contribuirão mais com a economia local.
A cidade de Taiji é só um dos quatro municípios japoneses especializados na caça de pequenos cetáceos em áreas costeiras. A carne de um único animal chega a render o equivalente a 1200 reais no mercado japonês A principal crítica contra seus pescadores diz respeito à forma como abatem os golfinhos, espancando-os com barras de metal ou esfaqueando-os com facas e arpões.
De acordo com autoridades pesqueiras do Japão, durante a última temporada de caça, entre setembro de 2011 e o último mês de março, foram mortos 928 golfinhos. Entretanto, a cota anual de mortes desses animais no país chega a 20 mil. Médicos não recomendam o consumo de sua carne devido às grandes quantidades de mercúrio que carrega.
A construção do zoológico deve demorar de três a cinco anos para ser iniciada. Isso porque a prefeitura ainda precisa desapropriar diversas pequenas fazendas marinhas que cultivam ostras na área onde o empreendimento deve ser construído.
Em entrevista à agência de notícias Jiji Press, o prefeito de Taiji, Kazutaka Sangen disse que a cidade que “enviar a mensagem de que está vivendo ao lado das baleias”. Ainda assim, quando questionado pelo jornal Asahi Shimbun sobre a possibilidade de fim do abate de golfinhos, assegurou que os animais “continuarão a ser caçados, não importa quantas críticas surjam do exterior”.
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