Duas pessoas morreram e 11 ficaram feridas em dois novos ataques contra colunas militares no centro de Moçambique, perpetrados por homens armados supostamente da antiga guerrilha e atual partido opositor Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), informaram neste sábado à Agência Efe fontes médicas.
“Recebemos 11 feridos, nove deles de bala. Três dos feridos se encontravam em estado grave e um deles acabou morrendo”, disse o doutor Pedro Vidamão, do hospital da cidade de Muxungué, para onde foram levadas as vítimas dos pistoleiros.
Ambos os ataques, ocorridos nesta sexta-feira (16), foram confirmados ao jornal moçambicano “Notícias” por Xavier Tocoli, diretor provincial de segurança da Polícia da província central de Sofala.
As vítimas mortais são um membro da Renamo e um funcionário público do povoado de Kanda, próximo ao local do ataque, registrado em um lance de uma estrada nacional entre as localidades de Rio Save e Muxungué.
Em um terceiro ataque, neste caso na província de Nampula, no norte do país, um caminhoneiro ficou gravemente ferido após disparos de supostos membros da Renamo.
As emboscadas elevam o clima de instabilidade vivido há meses no centro e norte deste país africano.
A Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), ex-guerrilha marxista hoje no governo, e a Renamo, criada pelos serviços secretos da África do Sul e da antiga Rodésia (atual Zimbábue), mantiveram uma cruenta guerra civil de 16 anos, que deixou cerca de um milhão de mortos.
O conflito terminou com os Acordos de Paz assinados em Roma em 1992 e, desde então, a Frelimo governa o país.
Mas a Renamo anunciou recentemente a ruptura dos Acordos de Paz após o ataque do exército à base de Santungira, em Sofala, onde se encontrava teu líder, Afonso Dhlakama, há um ano, por motivos de segurança.
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Desde então, Dhlakama se encontra “escondido na floresta, em paradeiro desconhecido”, segundo membros de seu partido.
Apesar das rodadas de negociação realizadas nos últimos meses para conseguir uma paz estável e permanente, ambas as formações, presentes no Parlamento, mantêm fortes tensões e enfrentamentos, que neste ano causaram dezenas de mortos.
A ex-colônia portuguesa deve realizar eleições municipais em 25 de novembro e pleito geral em outubro de 2014, dos quais a Renamo anunciou que não participará.
O país experimentou um grande crescimento econômico nos últimos anos, por causa da exploração de minerais e do descobrimento no subsolo de uma das maiores reservas de gás do planeta, mas continua um dos países mais pobres do mundo.