Milhares de manifestantes tailandeses cercaram nesta terça-feira (26/11) novos ministérios na capital Bangcoc, um dia depois da tomada de prédios oficiais, e exigiram a renúncia do governo. Os prédios, tomados por centenas de manifestantes, pertencem às pastas do Interior e de Turismo e Esportes. As informações são da agência de notícias France Presse.
“[Os manifestantes] pediram a todos os funcionários que deixassem seus postos”, afirmou o ministro do Turismo e dos Esportes, Somsak Pureesrisak. “Os ministérios dos Transportes e da Agricultura, situados no mesmo bairro, também estão cercados. Pediram aos funcionários que deixassem os locais”, afirmou Pureesrisak. A mesma situação aconteceu no Ministério do Interior, protegido por forte dispositivo policial.
Agência Efe
Manifestantes fazem protesto em frente ao Ministério das Finanças da Tailândia
Em paralelo aos protestos, a primeira-ministra Yingluck Shinawatra participou do debate sobre uma moção de censura contra o goveno apresentada pela oposição. “Não vamos recorrer à violência”, disse Yingluck ao chegar ao Parlamento, antes de pedir aos manifestantes que abandonem os ministérios. “Todos devem obedecer a lei e não usar a força das ruas para eclipsar o Estado de direito”. A moção deve ser rechaçada pelo parlamento, pois o Puea Thai, partido de Shinawatra, conta com folgada maioria.
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A ira da oposição foi desencadeada por uma lei de anistia que permitiria ao ex-primeiro-ministro Takhsin Shinawatra, irmão da premiê, de regressar à Tailândia sem ter de cumprir os dois anos de prisão a que foi condenado por corrupção.
A crise, a mais grave desde as manifestações que, em 2010, culminaram na morte de 90 pessoas em Bangcoc, volta a mostrar a profunda cisão que subsiste na política tailandesa: de um lado, os apoiantes de Thaksin, com uma imensa popularidade entre os camponeses e a população mais pobre do Norte do país; do outro, as elites da capital, que vêem no magnata uma fonte de corrupção e uma ameaça à monarquia.
Após semanas de mobilização quase diária, os protestos subiram de tom na segunda-feira (25), quando milhares de manifestantes invadiram os ministérios das Finanças e dos Negócios Estrangeiros. A AFP afirma que, durante a noite, os opositores abandonaram a sede da diplomacia tailandesa, mas o edifício das Finanças permaneceu ocupado sob a liderança de Suthep Thaugsuban, dirigente do Partido Democrata, contra quem foi, entretanto, emitido um mandado de captura.