O representante na Colômbia do ACNUDH (Alto Comisionado para os Direitos Humanos das Nações Unidas), Todd Howland, pediu a transformação e melhoria da situação dos camponeses em greve na região de Catatumbo. Em entrevista ao diário El Tiempo, ele disse que “resolver a crise nessa zona do departamento do Norte de Santander não será fácil, mas que há solução”.
“Os camponeses protestam por seus direitos e o governo reconhece que há um problema de respeito a esses direitos”, afirmou. “O problema é chegar ao diálogo”. Mais de 15 mil agricultores de Catatumbo completam hoje 34 dias em greve exigindo a declaração de uma Zona de Reserva Camponesa, a substituição gradual dos cultivos ilícitos e melhores condições de vidas.
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O representante da ONU pediu que os esforços para reiniciar as conversas sejam redobrados. “Não somente falar, mas criar confiança”, salientou. Incorporado ontem à mesa de interlocução, Howland afirmou que “é preciso criar um mecanismo de rastreamento de acordos muito concretos e que tenha uma entidade como a Igreja ou a própria ONU, que facilite a implementação, pouco a pouco, desses acordos.
Ao se referir à atual situação em Catatumbo, Howland disse que “o que se vive ali não é muito diferente ao que sucede em outras regiões de Colômbia”. O grande problema, em sua opinião, é que o desenvolvimento do país favorece as áreas urbanas e nas zonas rurais persiste um desequilíbrio social de anos em serviços como a educação e a saúde. “É natural, agregou, que quanto mais dinheiro se tenha, menor deve ser a pobreza. O crescimento da economia é extraordinário, mas no campo não muda nada”. É grave a desigualdade que existe em Colômbia e isso não é somente um problema moral, é um problema de direitos humanos, enfatizou.