A ONU lamentou nesta sexta-feira (27/8) o vazamento de um relatório sobre o assassinato, em 1994, de milhares de hutus de Ruanda refugiados na República Democrática do Congo (ex-Zaire), e negou ter sofrido pressão do presidente Paul Kagame. O porta-voz da ONU, Martin Nesirky, disse que o organismo está decepcionado pela decisão do jornal francês Le Monde de publicar “um rascunho” do relatório, sem esperar a divulgação da versão final do documento.
“Trata-se de um rascunho, a versão final será publicada em breve”, enfatizou o porta-voz, que desmentiu as informações de que Kagame teria ameaçado retirar suas tropas da missão de paz em Darfur por causa do relatório.
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Nesirky garantiu que é “absolutamente falso” que o governante africano tenha falado sobre este assunto com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na reunião que tiveram em julho. Ao mesmo tempo, disse que houve uma troca de correspondências com o governo ruandês, mas não especificou o conteúdo.
Segundo a versão publicada pelo Le Monde e outros veículos de imprensa, o relatório apresenta dados sobre supostos assassinatos, violações e outros crimes cometidos por vingança contra civis hutus entre 1993 e 2003 pelo exército ruandês, em colaboração com rebeldes congoleses.
Perante as acusações, e através de um comunicado divulgado em Kigali, o governo ruandês qualificou como “imoral e inaceitável” a acusação das Nações Unidas, e atribuiu o vazamento a uma tentativa de desviar a atenção do recente crime de estupro contra, pelo menos, 154 civis congoleses próximo a uma base da missão de paz do organismo no Congo.
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