O governador do estado venezuelano de Miranda, Henrique Capriles, rechaçou, na quarta-feira (08/06) a proposta do presidente Nicolás Maduro para chegar a um acordo com a oposição do país.
Agência Efe
Oposição rechaçou pontos da proposta de conciliação do governo Nicolás Maduro
Durante seu programa de rádio na emissora local CRC, Capriles criticou a ideia de uma possível Comissão da Verdade, como sugeriu o governo na última terça-feira (07/06).
“Depois que insulta, ameaça e desqualifica, Nicolás Maduro coloca três condições para que haja diálogo. Por favor! Quem vai integrar uma Comissão da Verdade? Eles mesmos? Eu acho que deveriam ser outras pessoas”, disse.
Capriles afirmou também que não pode haver acordo entre os poderes públicos, como propõe Maduro, porque “a Constituição é muito clara e os direitos do povo não se negociam”.
O líder opositor também acusou Maduro de apresentar as propostas a fim de evitar a realização do referendo que pode revogar seu mandato.
A oposição pressiona para que o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) do país valide as 1,8 milhão de assinaturas entregues ao organismo para a convocação do referendo. O governo de Maduro, porém, diz que há irregularidades nas firmas coletadas.
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A crítica de Capriles veio após o presidente propor na terça-feira a instalação de uma Comissão da Verdade, o respeito às instituições e o fim da violência como fatores para a agenda do diálogo que deseja instalar com seus opositores.
“O primeiro de tudo é a instalação da Comissão da Verdade, da Justiça, e a reparação de vítimas e a paz, isso é o primeiro de tudo”, disse o chefe de Estado venezuelano durante seu programa de televisão “En contacto con Maduro” na TV estatal do país.
Pdte @NicolasMaduro: El diálogo es una línea central de la Revolución Bolivariana pic.twitter.com/zh5FxM11pp
— Corazón de la Patria (@CorazonDelPSUV) 9 de junho de 2016
Proposta por Maduro no início 2016, a comissão teria como objetivo reparar as vítimas dos protestos contra o governo em 2014 que foram liderados por, entre outros, o dirigente opositor Leopoldo López, que está preso devido a acusações de causar violência durante as manifestações.
Outro ponto reivindicado pelo governo é o “respeito institucional e constitucional”, uma referência ao Parlamento do país, que é controlado pela oposição. Segundo Maduro, trata-se “de um encontro dos poderes públicos para o acordo do funcionamento do país”.
Já o terceiro fator envolve “a cessação à violência em todas suas formas políticas, sociais, criminais, um grande acordo de paz e não violência”, completou o mandatário.
De acordo com Maduro, as propostas serão enviadas à Unasul (União das Nações Sul-Americanas), que está realizando reuniões em separado com o governo e os partidos opositores reunidos em torno da MUD (Mesa de Unidade Democrática). Na terça, a entidade fez um pedido para que a oposição retorne às negociações.