O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta terça-feira (03/05) a 'fixação de preços' de produtos ao público nas próximas semanas, sem entrar em detalhes, no entanto, de quais teriam os valores travados.
A medida tenta segurar a inflação no país, que, segundo números oficiais, encerrou 2015 com uma inflação de 180%. Para este ano, a previsão é 720%, e de 2.200% em 2017, de acordo com cálculos do FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgados na semana passada.
Agência Efe
Maduro disse que foram feitos estudos sobre os custos e os processos de produção de produtos para avaliar seus custos reais
Em seu programa semanal “Em Contato com Maduro”, o mandatário disse que já autorizou o vice-presidente de Economia Produtiva, Miguel Pérez Abad, a iniciar a regulação junto à Sundde (Superintendência Nacional para a Defesa dos Direitos Sopcioeconômicos).
Maduro disse que foram feitos estudos sobre os custos e os processos de produção de diferentes produtos para avaliar seus custos reais. De acordo com ele, é um “ajuste nos custos para baixar os preços da especulação”.
“Está tudo estudado, todos os custos reais, que estão muito abaixo dos preços que os capitalistas e bachaqueros [que vendem produtos em escassez] estão colocando por aí nas ruas”, disse.
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O mandatário afirmou que a política de ajuste de preços continuará e que, apesar das críticas de setores empresariais depois do aumento salarial de 30% anunciado no sábado (30/04), seu governo continuará protegendo os empregos e as famílias venezuelanas.
“Tudo que tivermos que ajustar adiante para igualar para proteger [a população] seguiremos fazendo”, declarou.
Referendo
Maduro afirmou também que se submeterá ao referendo que poderá revogar seu mandato se o Poder Eleitoral confirmar que todos os requisitos foram cumpridos pela oposição. Ele declarou estar confiante de que “o povo” não irá derrubá-lo.
“Se o Poder Eleitoral determinar que a oposição obteve as assinaturas (para realizar o referendo), vamos fazê-lo e ponto. Vamos sair às ruas e confio no povo venezuelano, que o povo não vai me derrubar”, declarou, horas antes de o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) começar a analisar as assinaturas apresentadas pela oposição para realizar o referendo.
Na segunda-feira (02/05), a oposição venezuelana anunciou que encaminhou ao CNE 1,85 milhão de assinaturas pedindo a realização de um referendo para revogar o mandato de Maduro.