Sadiq Khan, do Partido Trabalhista, deve ser o próximo prefeito de Londres, de acordo com os primeiros resultados do pleito regional realizado nesta quinta-feira (05/05) no Reino Unido. O partido também permaneceu na liderança da Assembleia municipal na capital britânica. Os trabalhistas, porém, perderam espaço nos parlamentos da Escócia e do País de Gales, onde outros partidos, como Conservador e UKIP, aumentaram presença.
No pleito para a Prefeitura de Londres, os eleitores votam pela “primeira preferência” e “segunda preferência” para o cargo de prefeito, ocupado hoje pelo conservador Boris Johnson. Khan teve 44% dos votos da primeira preferência, derrotando seu principal rival, o conservador Zac Goldsmith, que teve 35% dos votos. Como nenhum dos dois obteve mais de 50%, estão sendo contados os votos da segunda preferência, e pesquisas de opinião indicam que Khan deve conseguir os 50% com folga.
Agência Efe
Trabalhista Sadiq Khan após votação; se vencer segundo turno, será o primeiro prefeito muçulmano de uma capital ocidental
Lee Harris, do partido CISTA (Cannabis é mais segura do que o álcool, na sigla em inglês), teve 1% dos votos.
Sadiq Khan
Filho de imigrantes paquistaneses, Khan, de 45 anos, é filho de um motorista de ônibus e atuou como advogado de direitos humanos antes de assumir uma cadeira no Parlamento britânico, em 2005.
Se vencer, Khan será o primeiro prefeito muçulmano de uma capital ocidental. Durante a campanha, foi acusado por seu principal rival, o milionário judeu Goldsmith, herdeiro de uma família de banqueiros, de estar vinculado a grupos muçulmanos “extremistas”.
Nesta sexta-feira (06/05), o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, disse que a campanha “difamatória” de Goldsmith contra Khan contribuiu para ajudar a legenda nas eleições.
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“Esta campanha mesquinha dos conservadores, a maneira como tentaram caluniar Sadiq Khan, os métodos que empregaram e a linguagem que usaram, teve um grande efeito, exatamente da forma que não queriam”, afirmou Corbyn.
No pleito para para a Assembleia da cidade, o Partido Trabalhista conquistou 9 dos 14 assentos em disputa, um a mais do que nas eleições passadas, enquanto o Partido Conservador ficou com 5, um a menos na comparação com as últimas eleições.
Zac Goldsmith, candidato conservador derrotado no pleito para prefeito de Londres, e David Cameron, primeiro-ministro e líder do partido
Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte
Na Escócia, o SNP (Partido Nacionalista Escocês) ficou com 63 das 129 cadeiras em disputa no Parlamento nacional e continuarão sendo a principal força na casa. Os conservadores conquistaram 13 cadeiras e ficaram com 31 no total, enquanto os trabalhistas perderam 13 cadeiras, ficando com 24.
No País de Gales, o Partido Trabalhista manteve seu domínio e conquistou 29 cadeiras das 60 em disputa, uma a menos do que na última eleição. O destaque das eleições no país foi o UKIP (Partido da Independência do Reino Unido), legenda anti-imigração e anti-União Europeia, conquistou 7 assentos e entrará pela primeira vez na Assembleia de Gales.
No caso da Irlanda do Norte, que ainda não divulgou resultados, não são esperadas mudanças significativas na composição da Assembleia autônoma de 108 integrantes.
Fontes oficiais do Partido Trabalhista informaram à agência de notícias Reuters que a performance do partido foi forte o suficiente para frear desafios imediatos ao líder da legenda, Jeremy Corbyn. O pleito foi considerado o primeiro teste para Corbyn, que substituiu Ed Miliband como líder dos trabalhistas, que são a principal força de oposição no Reino Unido depois das eleições gerais de maio de 2015, em que o trabalhismo perdeu 26 cadeiras no Parlamento britânico, liderado pelo primeiro-ministro, David Cameron, do Partido Conservador.