Foram detectados níveis de radiação 18 vezes acima dos índices previstos nas imediações da usina nuclear de Fukushima Daiichi. A Tepco (Tokyo Electric Power), empresa que toma conta da área, reportou que a radiação perto dos tanques nucleares mede cerca de 1.800 miisieverts por hora – quantidade suficiente para matar uma pessoa em apenas quatro horas de exposição.
A agência de vigilância nuclear do Japão confirmou que os níveis de radiação detectados haviam passado do nível 1, “radiação anormal”, para o nível 3, que representa um “sério acidente” numa escala de oito pontos utilizada pela Agência Internacional de Energia Atômica.
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A Tepco afirmou que vai investigar o que causou o aumento brutal na emissão radioativa, uma vez que a hipótese de vazamento foi descartada após a verificação de que os níveis de água dentro dos tanques nucleares se mantêm os mesmos.
A cidade japonesa de Fukushima foi atingida por um tsunami em 11 de março de 2011, forçando mais de 160 mil pessoas a abandonarem suas casas. Desde então, a Tepco foi escolhida como a empresa responsável por conter, cuidar e estocar água radioativa da usina nuclear de Fukushima Daiichi de forma segura, além de impedir que os reatores danificados no acidente continuassem a emitir poluentes prejudiciais à saude e ao meio ambiente.
No entanto, a manutenção da área pela Tepco sempre foi motivo de preocupação. Já foram emitidos diversos relatórios denunciando o vazamento de toneladas de uma mistura tóxica que é utilizada para resfriar o combustível remanescente nos reatores danificados. Além disso, no mês passado a empresa anunciou que um dos tanques nucleares havia liberado mais de 300 toneladas de água radioativa para o oceano.
Agência EFE
Trabalhadores da zona nuclear são expostos a altíssimos níveis de radiação
Apesar de os trabalhadores da usina serem autorizados a se expor a uma radiação nuclear anual de no máximo 50 milisieverts, a Tepco afirma que os níveis radioativos nas redondezas dos tanques de Fukushima emitem cerca de 70 a 230 milisierverts por hora. Em resposta às duras críticas à sobrecarga de alguns funcionários, a empresa aumentou o contingente de empregados, passando de 8 para 50 fiscais dos tanques nucleares.
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A inabilidade da empresa para conduzir a limpeza de Fukushima Daiichi e impedir que resíduos radioativos sejam lançados no oceano gera grande insegurança para os japoneses. Desde o acidente, a pesca industrial está paralisada na região, representando um déficit ecônomico dessa atividade, uma das mais importantes do país.
Ciente disso, o primeiro ministro do Japão, Shinzo Abe, declarou que o governo japonês irá aumentar os esforços para prevenir a poluição das águas. Todavia, o presidente da Autoridade para Regulação Nuclear do país também opinou: “Nós não podemos impedir vazamentos de águas contaminadas imediatamente. Essa é a realidade. A água ainda está vazando para o mar, o máximo que podemos fazer é monitorar esse impacto ambiental”.