O primeiro-ministro britânico, David Cameron, do Partido Conservador, defendeu no Parlamento nesta quarta-feira (03/02) a renegociação da participação do Reino Unido na União Europeia. O discurso na Câmara dos Comuns foi seguido por uma sabatina, na qual os parlamentares defensores da chamada “Brexit” (saída britânica da UE) criticaram o premiê e questionaram a eficiência do acordo desejado pelo governo.
O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, criticou as propostas de Cameron. Oficialmente, a cúpula trabalhista defende a permanência do Reino Unido, mesma posição do governo, mas para Corbyn, o premiê está fazendo “um espetáculo” para sair fortalecido do processo.
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EFE
Cameron afirmou nesta quarta-feira (03/02) que o Parlamento Europeu pode aprovar as propostas britânicas nos próximos meses
Também integrante do Partido Conservador, Boris Johnson, prefeito de Londres, afirmou que “a maioria das pessoas que olhar para isso [termos da renegociação] irá pensar que ainda falta muito para ser feito”. Johnson faz parte dos chamados eurocéticos, contrários à União Europeia.
Outros parlamentares conservadores seguiram o tom de Johnson. Uma evidência de que Cameron não tem apoio à sua proposta dentro de seu partido é que aproximadamente dois terços dos parlamentares conservadores se opõem à permanência do Reino Unido na UE.
“Não estou dizendo que é perfeito, não estou dizendo que a União Europeia será perfeita após esse acordo – certamente não será –, mas a posição do Reino Unido será melhor e mais firme? Sim”, disse Cameron, que já manifestou publicamente ser contrário à Brexit. Ele pediu que os parlamentares apoiem o que acreditam ser a melhor opção para o Reino Unido e não o que “pode ser vantajoso” para eles individualmente.
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A proposta do governo possui quatro pontos principais: aumentar a autonomia política ao expandir o poder do Parlamento de cada país para bloquear regras do bloco; aliviar as regulações econômicas; restringir o acesso a imigrantes e refugiados ao país; e fazer com que a UE reconheça formalmente que o euro não é a única moeda do bloco, a fim de que regulações financeiras não recaiam sobre o Reino Unido, que utiliza a libra esterlina.
Cameron pretende renegociar os termos de participação do bloco durante a próxima reunião de cúpula da UE, nos dias 18 e 19 de fevereiro. A intenção é realizar um referendo popular sobre a posição do país em junho, caso as negociações satisfaçam o governo de Cameron.