A reunião extraordinária da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) terminou nesta quinta-feira (29/7) após cinco horas a portas fechadas sem consenso sobre a crise diplomática entre Venezuela e Colômbia.
“Não se chegou a uma resolução final”, disse o chanceler do Equador, Ricardo Patiño, em entrevista coletiva em Quito, de acordo com rede latino-americana Telesur.
Os chanceleres, ao constatarem a falta de consenso, solicitaram à Presidência temporário da União, ocupada pelo Equador, que convoque uma cúpula presidencial, para que os líderes analisem as diferentes posições apresentadas na reunião.
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“Não vamos ter um documento oficial assinado por cada um dos chanceleres, pois ainda há posições distintas” que não permitiram a elaboração de um documento final, explicou Patiño. Patiño, além disso, destacou a importância do fato de os chanceleres da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Colômbia, Jaime Bermúdez, tenham se sentado à mesma mesa para discutir iniciativas de solução, junto com seus colegas do subcontinente.
Após a reunião Bermúdez insinuou que a Venezuela se negou a assinar um acordo final que estabelecia a cooperação na luta contra o terrorismo e o narcotráfico. A acusação foi imediatamente negada por Maduro. “O chanceler da Colômbia vai deixar a Unasul mentindo. O objetivo dessa reunião não era sair daqui com uma resolução”, afirmou o chanceler.
Maduro disse que recebeu garantias de Bogotá de que não haverá qualquer ação militar contra a Venezuela.
Brasil
Durante o encontro, o Brasil colocou sobre a mesa de reunião uma proposta com cinco pontos, na qual se destaca o compromisso de Colômbia e Venezuela de resolver suas diferênças, e que ambos países lutem contra grupos armados ilegais, especialmente os vinculados ao narcotráfico.
De acordo com a Telesur, o documento, que orientaria a reunião de presidentes, iniciava com a declaração da América do Sul como zona de paz.
Na proposta também se pede a Colômbia e Venezuela o “compromisso de resolver diferenças por meios pacíficos” e que ambas as nações não façam “declarações públicas que agravem la situação”. Segundo fontes diplomáticas ouvidas pela telesur, Peru, Uruguai, Paraguai e Bolívia apoiam a proposta do Brasil.
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