O chefe do Estado-Maior da Rússia, Valeri Gerasimov, anunciou nesta quarta-feira (26/03) que militares ucranianos na Crimeia começarão a deixar a península de trem. Ele também disse que “todos os militares que manifestaram seu desejo de continuar a servir as Forças Armadas ucranianas estão fora de suas unidades, depois que entregaram suas armas, e se preparam para deixar a Crimeia junto com suas famílias e pertences pessoais”.
Leia mais:
Ministro da Defesa da Ucrânia renuncia depois de retirada de tropas da Crimeia
A Ucrânia, que ordenou a retirada de suas tropas da Crimeia há dois dias, quando já tinha perdido praticamente todas as suas unidades e navios na península, negociou até o último momento a possibilidade de sair com seus armamentos, veículos e equipamentos.
Efe
Marinheiro ucranianos que decidiram servir ao governo da Rússia permanecem a bordo de seus navios em Sebastopol, na Crimeia
Clique aqui e inscreva-se no canal de Opera Mundi no Youtube
A vice-secretária do Conselho de Segurança e Defesa da Ucrânia, Victoria Siumar, explicou ontem que os efetivos da Marinha serão recuados até o porto de Odessa e para a região de Kherson, enquanto o restante dos militares continuará o serviço nas regiões de fronteira. O ex-ministro da Defesa ucraniano, Igor Teniukh, garantiu ontem, antes de apresentar sua renúncia, que os 4 mil soldados ucranianos que desejam continuar a serviço da Ucrânia (de um total de quase 19 mil) deixariam a Crimeia com todo o seu equipamento.
Leia mais:
Como sanção à Rússia, União Europeia limita emissão de vistos para cidadãos da Crimeia
Após um fim de semana em que as Forças Armadas da Ucrânia perderam todos seus navios, armamentos e equipamentos na Crimeia, as 203 unidades ucranianas na península já hastearam a bandeira russa e quase 80% dos soldados ucranianos mudaram de lado, se colocando às ordens da Rússia, ou abandonaram o Exército.
NULL
NULL
A maior parte dos destacamentos, bases e navios de guerra que se mantiveram leais a Kiev foram invadidos e tomados pelas forças russas desde o último sábado, em meio à absoluta inoperância da cúpula militar e política do país, denunciada como negligente por muitos oficiais ucranianos. Pelo menos cinco oficiais ucranianos, entre eles o comandante adjunto da Marinha da Ucrânia para a defesa do litoral, o general Igor Voronchenk, foram detidos pelas autoridades da Crimeia por oferecerem resistência aos russos.
Leia mais:
Ucranianos deveriam “pegar armas e matar os malditos russos”, diz ex-primeira-ministra
ONU
Moscou declarou nesta quarta-feira que uma resolução da Assembleia Geral da ONU sobre a integridade territorial da Ucrânia, que pode ser aprovada amanhã em Nova York, não mudará sua postura sobre a incorporação da península da Crimeia à Federação da Rússia. “Essa decisão, mesmo que seja aprovada, não afetará de nenhuma maneira nossa visão da questão (em torno de Crimeia)”, afirmou à agência Interfax o vice-ministro das Relações Exteriores russo, Gennady Gatilov.
Ele também disse que “nossa atitude (em relação ao documento) é a mais negativa. Na realidade, seu conteúdo repete o estipulado na minuta apresentada no Conselho de Segurança da ONU e que vetamos recentemente por não refletir a verdadeira situação política”. Gatilov rotulou o projeto de resolução apresentado pela Ucrânia de “claramente antirrusso” e advertiu que “sua apresentação na Assembleia Geral pode complicar a situação”.