A Rússia apresentou nesta terça-feira (10/07) ao Conselho de Segurança das Nações Unidas um projeto de resolução sobre o conflito na Síria que propõe estender a missão da ONU no país por mais três meses, mas não inclui ameaças de sanções ao regime de Assad.
O documento foi vazado pelo site de jornalismo investigativo Inner City Press e logo repercutiu na mídia internacional.
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Entre os dez pontos elencados no esboço, a Rússia estabelece a necessidade da UNSMIS (Missão de Supervisão na Síria das Nações Unidas, na sigla em inglês), presente no país desde abril, permanecer no território por mais 90 dias e pede ao governo e oposição síria resguardarem sua segurança. As atividades da ONU no país foram suspensas no dia 16 de junho por conta do aumento da violência.
O plano russo consolida a divisão existente entre os membros do Conselho, sobretudo entre Estados Unidos e Rússia, quanto a política a ser adotada em direção ao governo de Assad. O rascunho não menciona o Capítulo 7 da Carta da ONU como proposto anteriormente pelos Estados Unidos que permitiria o Conselho a autorizar ações mais severas como sanções econômicas e até mesmo, intervenção militar na Síria.
O embaixador russo na ONU, Alexander Pankin, disse que esta resolução seria “contraprodutiva” e elogiou as propostas formuladas pelo Enviado Especial da ONU e da Liga Árabe à Síria, Kofi Annan. “Não existe nenhuma menção do Capítulo 7 (no rascunho russo) e isso é uma questão de princípio para nós, porque acreditamos que o enviado especial está fazendo um ótimo trabalho”, afirmou ele.
No esboço, o governo russo reafirma o compromisso dos membros do Conselho com o plano de paz proposto por Kofi Annan discutido em reunião do Grupo de Ação para a Síria, do qual o Conselho faz parte, no último dia 30 em Genebra. O projeto formulado por Annan sugere a criação de um governo de transição na Síria que inclua em sua composição membros do regime e da oposição.
Nesta quarta-feira (11/07), Annan deve relatar ao grupo sobre seus recentes contatos com o regime sírio, incluindo seu diálogo com Bashar al Assad, para iniciar um processo de negociação da paz. O futuro da missão da ONU deve ser decidido pelo Conselho até o dia 20 deste mês quando seu mandato de expedição expira.