Desde domingo (23/11), a situação no interior da Argentina se acalmou e não foram registrados novos saques a supermercados e estabelecimentos comerciais que, desde quinta-feira (20), provocram a morte de três pessoas. A CAME (Confederação Argentina de Empresas de Médio porte) calculou prejuízos materiais em 25,5 milhões de pesos argentinos (10,8 milhões de reais) só em relação aos roubos. Já com os danos causados por vandalismo, como vidros e materiais quebrados durante a confusão, o custo poderia ser até duplicado. “A situação dos comércios de pequeno e médio porte é mais delicada, porque a maioria deles não está preparada para medidas de segurança”, afirmou a associação em comunicado.
Alguns locais foram completamente saqueados, inclusive no material de estoque, que estava destinado às compras de Natal e fim de ano.
Foram totalizados saques em 292 pontos comerciais em 40 cidades em apenas dois dias.
O presidente da Câmara de Deputados da Argentina, Julián Domínguez, afirmou que os saques no fim da última semana em diversas províncias do país são propositais e têm como objetivo desestabilizar o governo.
O deputado vinculou os desmandos com as celebrações de fim de ano: “A intenção é criar um clima de insegurança e de instabilidade graças à proximidade das festas”.
“Não se pode confundir vandalismo com necessidade social porque estes roubos não são provocados pela fome”, disse o líder da Cãmara Baixa nacional. Além de supermercados, foram assaltadas também lojas de eletrodomésticos, roupas, sapatos e perfumes.
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“É preciso realizar uma intensa investigação porque há suspeitas que envolvem organizações sindicais e setores ligados à oposição de terem provocado as mobilizações e provocar medo na sociedade”, afirmou Domínguez.
Mortes
Na noite do último sábado (22), uma pessoa morreu atropelada por um caminhoneiro que tentava fugir dos saqueadores em São Miguel de Tucumán, ao norte da Argentina.
De acordo com testemunhas, um grupo de pessoas tentou fazer com que o caminhoneiro parasse o carro quando este acelerou e tentou se esquivar, atingindo uma pessoa que só observava o ocorrido. O caminhoneiro fugiu e continua desaparecido. Com essa ocorrência, chega a três o número de vítimas fatais relacionadas aos incidentes. Cerca de 500 pessoas foram presas.
Governo e líderes sindicais trocam acusações sobre a organização dos saques. Na sexta-feira (21/12), o governo enviou 400 policiais a Bariloche, importante cidade turística no Estado de Rio Negro, onde um supermercado e duas lojas foram saqueados. Muitas pessoas eram vistas saindo com carrinhos carregados com equipamentos eletrônicos, roupas e brinquedos.