O Senado da Colômbia aprovou nesta terça-feira (29/11) o novo acordo de paz assinado entre o governo e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), após sessão de 12 horas nas quais debateram o líder da equipe de negociações do governo, Humberto De La Calle, líderes da oposição, organizações civis, vítimas e outros setores políticos. A oposição se retirou do plenário e, por isso, o texto teve 75 votos a favor e nenhnum contra.
O novo pacto deverá ser validado também pela Câmara dos Deputados antes de ser implementado.
“Foi um dia histórico”, declarou Mauricio Lizcano, presidente do Senado. “Foi um debate com altura, com ideias; um debate no qual foram dadas todas as garantias à oposição”, afirmou.
Segundo o ministro do Interior, Juan Fernando Cristo, com “a esperada aprovação na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira, se poderá começar a implementar o acordo estipulado entre o governo e as FARC”.
Agência Efe
Senado colombiano aprovou acordo de paz com FARC; texto será votado pela Câmara dos Representantes antes de ser implementado
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Após o resultado da votação, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, agradeceu o “comprometimento com a paz que queremos” do Senado, nas redes sociais.
.@SenadoGovCo, comprometido con la paz que anhelamos. Toda mi gratitud. Este miércoles, turno para @CamaraColombia #RefrendaciónAcuerdo https://t.co/Cgjl5k5JXn
— Juan Manuel Santos (@JuanManSantos) 30 de novembro de 2016
Por outro lado, os opositores ao acordo de paz, representados pelos congressistas do partido Centro Democrático, do ex-presidente e atual senador Álvaro Uribe, abandonaram o plenário com a afirmação de que o Congresso “não pode suplantar” a decisão tomada nas urnas pelos colombianos.
O senador e ex-candidato a presidente Óscar Iván Zuluaga, do Centro Democrático, declarou que o novo acordo não teve “nenhum avanço em elegibilidade política, apesar de termos flexibilizado nossa postura: aceitamos a participação [de ex-guerrilheiros], mas uma vez que tenham cumprido sua pena”. Segundo o acordo, membros das FARC poderão concorrer a cargos políticos enquanto cumprem penas, um dos pontos criticados pelos partidários do “não”.