O presidente Luiz Inácio Lula da Silva advertiu nesta quarta-feira (19/5) para um retrocesso na questão nuclear iraniana se o Conselho de Segurança da ONU não tiver disposição para negociar a respeito depois do acordo firmado entre Irã, Brasil e Turquia sobre o enriquecimento de urânio.
“Agora depende do Conselho de Segurança da ONU sentar com disposição de negociar, porque se eles se sentarem sem querer negociar, tudo vai voltar atrás”, afirmou Lula. Ao discursar no seminário Aliança para Nova Economia Global”, em Madri, o presidente brasileiro criticou a ONU e disse não concordar com a atual governança global. “Apesar de 140 países terem assinado a reforma das Nações Unidas, quem já está sentado na cadeira não quer mudar”, destacou.
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Segundo Lula, o acordo é “exatamente o que os Estados Unidos queriam fazer há cinco, seis meses”. Ontem, os EUA entregaram ao Conselho de Segurança da ONU uma proposta de sanções ao Irã, com o apoio dos outros países que têm vaga permanente no grupo.
Lula ainda disse que há países que defendem que a ONU não seja
fortalecida. Para ele, há quem pense que quanto mais fraca forem as
Nações Unidas, mais decisões serão unilaterais, predominando a idéia
dos países mais fortes. E concluiu: “Se a ONU continuar assim, nós
vamos ter problema sério de governança global”.
Grécia
Também sobraram críticas para os países que não socorreram rapidamente a Grécia. O presidente brasileiro disse não entender como países, como a Alemanha, demoraram tanto tempo para resolver o problema do vizinho grego.
Ele defendeu o espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, diante da recessão econômica que o país vive. O presidente afirmou que os responsáveis não assumem a culpa. “Essa crise é mais profunda. O responsável por essa crise finge que não é com ele”, disse.
Lula alertou que a crise na região ainda não passou e não se sabe os seus efeitos. Ele comparou a situação com o vulcão da geleira Eyjafjallajoekull, no norte da Europa: “A crise tá que nem o vulcão na Islândia: todo dia soltando um pouquinho de fumaça preta, atrapalhando o [tráfego] aéreo”.
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