Aviões de combate turcos lançaram durante a madrugada desta quarta-feira (29/07) o mais pesado ataque a militantes curdos no norte do Iraque, matando ao menos nove membros do PKK (Partido dos Trabalhadores de Curdistão).
EFE
População turca protesta em Istambul contra recentes ofensivas de Erdogan a curdos
A intensificação dos bombardeios vem horas após o presidente turco, Recep Erdogan, declarar que o processo de paz com o grupo separatista curdo se tornou impossível. No fim de semana, a guerrilha já havia anunciado o fim de cessar-fogo com Ancara em meio a atentados e desavenças.
Em comunicado, o governo turco declarou que “as Forças Aéreas bombardearam refúgios, armazéns e pontos logísticos do PKK, dentro e fora da Turquia”. Ao todo, foram seis localidades do norte do Iraque, incluindo as montanhas Qandil, onde estão os quartéis centrais da milícia.
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Para as autoridades, trata-se de uma represália a uma série de assassinatos de policiais e soldados atribuída ao PKK na semana passada. Há meses, a milícia acusa Ancara de ser conivente com a expansão do EI (Estado Islâmico) na fronteira da Síria, especialmente na cidade de Kobani, com maciça presença de curdos, onde acontece um desastre humanitário desde o fim do ano passado.
Além do PKK, o governo turco também decidiu de forma inédita e simultânea combater os jihadistas do EI desde sexta-feira (23/07), fornecendo ainda bases militares para uso da coalizão liderada pelos norte-americanos contra os extremistas sunitas.
Na terça (28/07), Erdogan pediu ao Parlamento da Turquia que retire a imunidade de políticos com ligações com os militantes pró-curdos. Com 258 cadeiras, o partido governista AKP precisa de mais 18 para garantir a maioria absoluta. O Partido Republicano do Povo (CHP) possui 132 deputados, enquanto o Partido Ação Nacionalista (MHP) tem 80, o mesmo número do Partido Democrático dos Povos (HDP), ligado à esquerda pró-curda.
Carlos Latuff/ Opera Mundi