A União Africana anunciou nesta quarta-feira (27/10) a suspensão do Sudão da organização por conta do golpe militar ocorrido na última segunda-feira (25/10).
Em nota oficial, o órgão afirmou que a medida estará em vigor “até a efetiva retomada da Autoridade de Transição guiada por um civil”.
A UA condena “firmemente a tomada de poder por parte do Exército sudanês e a dissolução do governo de transição, e rejeita totalmente a inconstitucional mudança de governo”. “É uma afronta aos valores compartilhados e aos padrões democráticos da UA”, diz ainda o comunicado.
Na segunda, as Forças Armadas do Sudão tomaram o poder no país africano em um golpe de Estado após prenderem o primeiro-ministro Abdallah Hamdok e todos os líderes civis do governo. O general Abdel Fattah al Burhan, que se apresentou como líder da ação golpista, anunciou a dissolução do governo de transição e disse que formará um novo governo “com pessoas competentes”.
O Sudão vivia em um governo “transitório” desde agosto de 2019, após o então presidente Omar al-Bashir ter sido deposto em abril daquele ano. Desde então, uma coalizão civil-militar estava administrando o país africano com a promessa de que realizaria eleições livres e democráticas para formar um governo completamente civil.
Recentemente, no entanto, o principal bloco político civil, o Força para a Liberdade e Mudança (FFC), se dividiu em duas facções, enfraquecendo o movimento. Na última semana, milhares de pessoas saíram às ruas de várias cidades para pedir a plena transferência de poder para os civis.
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União Africana condenou ‘firmemente a tomada de poder por parte do Exército sudanês’ na última segunda
Al-Burhan anunciou a instituição do “estado de emergência nacional”, mas disse que os militares vão manter a promessa de “fazer uma transição para o Estado civil”.
Anunciando um “governo de pessoas competentes”, Al-Burhan disse que serão criadas instituições de Estado, como a Corte Suprema. No entanto, o general não deu prazo para que os militares deixem o poder.
“O Exército assegurará a passagem democrática até a atribuição de poder a um governo eleito. Estamos dissolvendo o Conselho dos Ministros e do Conselho Soberano”, acrescentou Al-Burhan.
(*) Com Ansa.