Os países da zona do euro (grupo dos 16 países que adotam o euro como moeda) ajudarão a Grécia se necessário, afirmou o presidente da União Europeia, o belga Herman Van Rompuy, indicando que o governo grego precisa solicitar a ajuda financeira. No entanto, Van Rompuy não forneceu detalhes sobre como o auxílio seria concedido e não deu indicações de que um socorro direto à Grécia é iminente.
O déficit público da Grécia, de 12,7% do PIB (Produto Interno Bruto), é mais de quatro vezes maior do que o permitido pelas regras da zona do euro. Ante esse cenário, o temor de que o país não será capaz de pagar uma dívida de mais de 16 bilhões de euros que vence entre abril e maio toma conta dos mercados.
Funcionários públicos da Grécia realizaram ontem (10) uma greve nacional de 24 horas em protesto contra os planos do governo de cortar gastos para conter a dívida. O Executivo anunciou um corte salarial de 20% e a redução do número dos funcionários públicos.
Orestis Panagiotou/EFE
Grupo de funcionários públicos protesta em frente ao parlamento grego, em Atenas, contra os cortes em salários e postos de trabalho
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O Tratado de Lisboa, que rege o funcionamento da UE, estabelece que o bloco “não deve se responsabilizar por compromissos” de qualquer governo particular. Entretanto, a Comissão Europeia (braço executivo da UE) poderia liberar antes do previsto o valor de fundos de ajuda regional aos quais a Grécia tem direito, segundo a BBC Brasil.
Outras possibilidades discutidas estão a garantia da dívida grega por parte de membros da zona do euro, uma linha de crédito especial para o governo da Grécia e empréstimos bilateriais, de acordo com o Wall Street Journal. Van Rompuy afirmou que o FMI (Fundo Monetário Nacional) vai fornecer conhecimento enquanto a UE monitorará o progresso da Grécia.
Além de Van Rompuy, o primeiro-ministro grego George Papandreou, a chanceler alemã Angela Merkel, o presidente francês Nicolas Sarkozy e outros líderes mantiveram uma série de negociações.
Alemanha reticente
Pouco antes da cúpula, foi necessária uma minirreunião de emergência para alguns líderes convencerem a chanceler alemã Angela Merkel a apoiar o plano de socorro para a Grécia. O problema é que Merkel enfrenta dificuldades dentro de sua coalizão e na população alemã para apoiar o plano de socorro, conforme lembra artigo publicado no Financial Times. A Alemanha é a maior e mais estável economia do bloco.
O primeiro-ministro português, José Sócrates, afirmou ao site Negócios Online que a decisão serve para acalmar os investidores, que temeram que o governo grego pudesse declarar calote, o que afetou outros países como Portugal e Espanha, e o próprio euro. “É um grande sinal para o mercado. O importante é a mensagem política, é importante que a Grécia sinta que todos os países estão a seu lado”.
O euro subiu diante do dólar e do iene logo depois de Van Rompuy, afirmar que um acordo havia sido alcançado para ajudar a Grécia a lidar com suas finanças. No entanto, a moeda passou a cair em seguida e atingiu as mínimas do dia, já que detalhes sobre o acordo não ficaram claros imediatamente.
Às 10h35 (de Brasília), o euro caía para 1,3721 dólares, de 1,3734 dólares no fechamento da sessão de ontem, e para 123,01 ienes, de 123,56 ienes ontem. Enquanto isso o dólar recuava para 89,64 ienes, de 89,96 ienes ontem.
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