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Após percorrer 38 cidades em um ano, fotógrafo lança livro sobre o Mais Médicos: 'é um manifesto humanista', diz

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'Importância do programa é essa: o velhinho cruza com o médico na rua, toca nele e diz que está dando resultado o tratamento. É o contato direito, ter ali o porto seguro', conta Araquém Alcântara

Manuela Azenha

2016-02-09T17:48:00.000Z

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É um manifesto humanista, mais do que um livro de fotografia. É assim que Araquém Alcântara, um de nossos maiores fotógrafos de natureza — ele prefere ser chamado de fotógrafo brasileiro — qualifica a última publicação que lançou. O livro Mais Médicos é um registro do programa do governo federal que levou mais de 18 mil médicos a 4 mil municípios do País. “Eu queria ir a esses lugares onde o Estado está chegando pela primeira vez”, conta Alcântara, em seu escritório na Vila Olímpia, zona oeste de São Paulo. “Eu sei como é, minha infância foi assim. Meus pais, analfabetos, nunca foram a médico nenhum”.

Fotos: Araquém Alcântara

Segundo o texto de apresentação do livro, escrito pelo ex-ministro da Saúde, Arthur Chioro, cerca de 63 milhões de brasileiros passaram, somente agora com o Mais Médicos, a contar com a atuação de equipes de Saúde da Família com a presença de médicos, que garantem 80% dos problemas de saúde da população antes que se tornem graves.

Alcântara percorreu 19 estados e 38 cidades durante um ano. Foi a lugares ermos, onde nunca havia tido a presença de um médico. “As comunidades se sentem brasileiras, amparadas pelo Estado. É impressionante, você vê a presença do Estado — que é o que falta no Brasil. Foi nesse aspecto que eu quis fazer esse ensaio, para registrar essa transformação no País”. A logística da viagem foi bancada pelo governo federal.

O fotógrafo tem 46 anos de profissão e já publicou 49 livros, mas ainda vibra com cada imagem ao folhear sua última publicação: “Olha esse índio, olha esse peitoral, isso é África total! Esse é meu País! Um Brasil que ainda não foi descoberto, em 2015!”.

Araquém vai pinçando algumas histórias, como a da médica cubana que descobriu que o foco de esquistossomose em Igreja Nova, Alagoas, era causado pelos canais de irrigação dos arrozais. Ou então a do paciente velhinho, em Manaus, vítima de hanseníase, sem uma das pernas e com os dedos das mãos atrofiados.  Apaixonado pela médica cubana que o atende, escreve diversos poemas em sua homenagem.  

Na Ilha do Marajó, no Pará, uma médica cubana faz as vezes de assistente social e conselheira. Diante de um bebê nascido com paralisia e uma mãe viciada em drogas, reuniu a família, redistribuiu as tarefas e delegou ao tio a responsabilidade de tratar da doença do sobrinho.

O roteiro de Araquém não ficou apenas na floresta. No Rio de Janeiro, o fotógrafo se encontrou com o médico João Marcelo Goulart, neto do ex-presidente João Goulart, que trabalha na favela da Rocinha. “Teve todo um esquema para liberar a nossa entrada. Passamos por vários caras armados, são os donos do pedaço. Triste”. Na favela, foram à casa de uma mulher que, em surto de esquizofrenia, matou a facadas o marido.  

“A importância do Mais Médicos é essa: o velhinho cruza com o médico na rua, toca nele e diz: está dando resultado o tratamento. É o contato direito, ter ali o porto seguro”, diz Alcântara.

As fotografias do livro serão expostas em diversas mostras, dentre elas uma em Havana, Cuba, e outra em Genebra, Suíça, na sede da Organização Mundial de Saúde.

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Publicado originalmente pela Revista Brasileiros

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Eleições 2021 no Peru

Direitista Guillermo Lasso vence segundo turno e é eleito presidente do Equador

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Empresário chega à Presidência do Equador na terceira tentativa, superando o candidato progressista Andrés Arauz, que reconheceu a derrota

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-04-12T02:11:00.000Z

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O direitista Guillermo Lasso, do Movimento CREO venceu neste domingo (11/04) o candidato progressista Andrés Arauz, da coalizão União pela Esperança (Unes) e foi eleito presidente do Equador. Ele assume o cargo em 24 de maio, substituindo o atual mandatário, Lenín Moreno, e fica no posto até 2025. 

Em discurso, Arauz reconheceu a derrota e disse que ligaria para Lasso para parabenizá-lo pela vitória. "A partir de hoje, precisamos voltar a ser um só Equador", disse.

Com o resultado, o banqueiro e empresário chega à Presidência do Equador na terceira tentativa. Lasso foi derrotado pelo próprio Moreno no pleito de 2017, mas se aproximou do governo após a guinada neoliberal do mandatário.

Veja os resultados mais atualizados da apuração no Equador:



Lasso chegou a ser ministro da Economia do país em 1999, quando ocupou o cargo por um mês durante o episódio conhecido como Feriado Bancário, que congelou as contas de milhões de equatorianos, desvalorizou a então moeda nacional e provocou a dolarização da economia. O período foi reconhecido como uma das piores crises financeiras do país.

O presidente eleito é acusado de ter aumentado seu patrimônio em milhões de dólares por especulações financeiras durante o período. Além disso, Lasso apareceu no vazamento dos Panama Papers como dono de 49 empresas offshores.

No primeiro turno, após uma apuração lenta (levou duas semanas) e tensa, Arauz obteve 32,72% dos votos; Lasso, por sua vez, conseguiu 19,74%. A disputa pela segunda vaga foi acirrada, já que Yaku Pérez, do partido indígena Pachakutik, recebeu 19,38% dos votos. Pérez chegou a liderar a disputa pela segunda vaga em momentos da apuração, mas perdeu a vantagem para Lasso na última semana. Com a pequena vantagem de Lasso, mesmo sem apresentar provas, Pérez afirmou que houve fraude nas eleições e pediu diversas recontagens de votos ao CNE.

Em seu discurso de vitória, Lasso agradeceu o apoio dos eleitores. “Este é um dia histórico, um dia que todos os equatorianos decidiram seu futuro, expressaram com seu voto a necessidade de mudança. Quero agradecer aos equatorianos que depositaram em mim sua confiança, que saíram para votar em espírito democrático, que o fizeram em paz, que deram uma mensagem contundente: nos equatorianos queremos democracia, queremos liberdade”, disse.

Casa de América/FlickrCC
Direitista Guillermo Lasso foi eleito presidente do Equador neste domingo

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