O comandante das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Timoleón Jiménez, pediu perdão às vítimas do conflito que durou mais de cinco décadas entre a guerrilha e o governo colombiano durante a cerimônia de assinatura do acordo de paz, na segunda-feira (26/09), na cidade de Cartagena.
“Em nome das FARC, ofereço sinceramente o perdão a todas as vítimas do conflito pela dor que pudemos causar nessa guerra”, disse Jiménez em seu discurso no evento.
Agência Efe
Timoléon Jiménez pediu desculpas a vítimas de conflito na Colômbia
Recebendo vários aplausos dos convidados da cerimônia, ele disse que ninguém deve duvidar de que os membros da guerrilha agora farão “política sem armas”. “Nós vamos cumprir nossa parte e esperamos que o governo cumpra a parte dele”, afirmou.
O líder das FARC pediu que os colombianos “desarmem a mente e os corações” para que haja a reconciliação e construção da paz, pois a população é “a principal fiadora da materialização de todo o pactuado”, em referência ao plebiscito que se realizará no dia 2 de outubro, em que os colombianos decidirão por colocar em vigor, ou não, o acordo.
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Além disso, afirmou ter encontrado no presidente Juan Manuel Santos “um valoroso interlocutor” que foi capaz de “suportar com integridade as provocações dos setores belicistas”.
Jiménez também agradeceu o apoio dos países mediadores, Cuba e Noruega, e dos acompanhantes, Venezuela e Chile, que estiveram representados por seus presidentes no palco onde se assinou a paz em Cartagena.
“Esta é a paz de nossa América e dos povos do mundo. É um transcendental passo adiante na busca de um país diferente”, declarou, antes de fazer um pequeno resumo do texto do acordo.
“Aqui, ninguém renunciou a suas ideias. Combinamos que as seguiremos defendendo abertamente na arena política sem violência em um apoteótico esforço pela reconciliação e o perdão. Pela paz com justiça social e democracia verdadeira”, disse o líder da agora ex-guerrilha.
Em seu discurso, Jiménez ainda afirmou que impulsionarão um “pacto político nacional” para “tornar efetivo o compromisso de todos os colombianos para que nunca mais sejam utilizadas as armas na política”.
Por último, ele disse acreditar que a segurança não deve depender “tanto do tamanho das forças de segurança como do combate à pobreza, à desigualdade e à falta de oportunidades”, e pediu que o Exército não os veja mais como inimigos, pois as FARC já não veem mais os militares como inimigos.
*com Agência Efe