Terça-feira, 10 de junho de 2025
APOIE
Menu

A direção da Sinagoga Portuguesa de Amsterdã, na Holanda, declarou um pesquisador da universidade norte-americana Johns Hopkins como persona non grata ao negar um pedido feito pelo acadêmico para acessar os arquivos da instituição sobre o filósofo holandês Baruch Espinosa.

A justificativa dada pelo rabino Joseph Serfaty foi a de que o trabalho de Spinoza, que foi excomungado em 1656, está “banido” e que o banimento “permanece vigente pela força de todos os tempos e não pode ser suspendido”.

“Eu, portanto, nego seu pedido e te declaro persona non grata no complexo da Sinagoga Portuguesa”, afirmou Serfaty.

Receba em primeira mão as notícias e análises de Opera Mundi no seu WhatsApp!
Inscreva-se

Yitzhak Melamed, professor de Filosofia da Johns Hopkins University, estava colaborando com uma série de televisão produzida por uma emissora israelense sobre a vida e a obra de Espinosa. O pedido feito à sinagoga de Amsterdã era para que a instituição permitisse que o pesquisador fosse gravado nas dependências do local consultando os arquivos.

Em carta assinada pelo rabino Serfaty, a sinagoga afirmou que o pedido era “incompatível com nossas seculares tradições e um ataque inaceitável contra nossa identidade de herança”.

Instituição se justificou dizendo que Espinosa foi 'excomungado' no século 17 e que sua obra está 'banida'; pesquisador colaborava com série de TV sobre o filósofo

Wikicommons

Espinosa foi banido pela Sinagoga Portuguesa de Amsterdã no século 17

Descentes de portugueses e holandeses, Espinosa foi banido pela Sinagoga Portuguesa de Amsterdã no século 17, tendo recebido o chérem, equivalente judaico para a excomunhão. 

A punição visava atacar as ideias do filósofo iluminista que afirmava que o divino é um mecanismo interno da natureza e que as escrituras religiosas eram obras alegóricas.